HIPOCRISIA AMBIENTAL

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Instituições financeiras de 3 países europeus investem em empresas que contribuem para o desmatamento no Brasil.

A compilação de estudos realizados pela rede Fair Finance International (FFI) divulgada recentemente revelou que instituições financeiras da Holanda, Alemanha e Noruega têm grandes investimentos em companhias que atuam em setores que estão ligados a ações de desmatamento dos principais biomas do país.

Segundo o estudo: mais de 11 biliões de dólares US em 26 empresas líderes do agronegócio brasileiro, selecionadas entre companhias que atuam com alto risco de envolvimento no desmatamento do Cerrado e a na Amazónia, nos setores da carne e da soja.

Dezanove (19) instituições financeiras holandesas destinaram quase 10,4 biliões de dólares US a empresas que lideram o agronegócio e a distribuição de seus subprodutos no Brasil.

No caso da Alemanha, o valor é menor, mas não menos relevante pois destinaram 764,1 milhões às empresas que operam no agronegócio e no grande retalho brasileiros.
Já pela Noruega, o investimento foi de 292 milhões de dólares US entregue a empresas que operam a ajudar o desmatamento do Brasil.

É de estranhar que países europeus com discursos de preocupação ambiental (a Noruega é um país com uma das maiores campanhas ambientais) acabam por ser patrocinadores fortes no desmantelamento de áreas verdes de maior importância no equilíbrio do planeta.

Para melhor se perceber o que estamos a falar: o Cerrado é o segundo maior bioma da América do Sul e, também, o segundo maior bioma do Brasil, compreendendo cerca de 22% do território brasileiro.
Caracteriza-se por ser uma região de savana, estendendo-se por cerca de 200 milhões de quilómetros quadrados. Possui uma formação vegetal de grande biodiversidade e grande potencial aquífero, no entanto, é considerado atualmente o segundo bioma do Brasil mais ameaçado a seguir à Amazónia.

Um levantamento do MapBiomas revelou que a maior parte da área agrícola do Brasil está no Cerrado, e o principal cultivo desenvolvido é a soja por empresas multinacionais que apesar de operarem no Brasil não são brasileiras.

É o exemplo da multinacional americana Cargill tem, por exemplo um total investido em 2021 que chegou ao 1,023 biliões de dólares US apostados na ampliação das unidades destinadas ao cultivo e processamento de soja. Sendo uma das empresas que recebe investimento internacional e que cria uma imagem de apoio social - paga muitas das chamadas “cestas básicas” a entregar a brasileiros necessitados; faz doações para instituições; apoia comunidades LGBT+ brasileiras apenas para manter o grande negócio no Brasil.

Fica desmascarada a hipocrisia internacional quando fala das questões ambientais.


AG