A alta velocidade
Quando o Ministro Pedro Nuno Santos traiu a TAP, trocando-a pela CP (o seu novo amor) e não pelos comboios, como se anuncia, ninguém se admirou, pois é o que fazem os meninos mimados, quando se fartam de um brinquedo e fazem uma birra, para que os paizinhos lhe comprem um novo.
Antes da TAP já havia sido a Porche, o que me lembra uma história que quero partilhar convosco, abrindo aqui um parêntesis.
(Aquando da manifestação dos trabalhadores dos Contratos de Associação à porta do Congresso do PS, no Parque das Nações, eis que sai da FIL um Jotinha com uma chave de um Porche na mão. Começando a circular pelo meio de nós, apregoa ser dono de um Porche, coisa que nunca teríamos, segundo ele, até porque íamos ficar sem emprego. Resistimos à provocação e ele acabou por voltar a entrar na, FIL. Nunca precisei de ser dono de um Porche para me afirmar onde quer que fosse, nem tenho sonhos húmidos com essas marca ou outra de luxo, ao contrário daquele socialista de pacotilha que, aposto, já deve ter sido nomeado para algum tacho, por ter como pontos fortes do currículo a posse de um Porche e a frequência da JS.)
Voltando ao PNS, neste caso, o novo brinquedo tem de ser da CP, pois o menino tem horror a outras empresas ferroviárias que possam concorrer com ela.
Quem já viajou de comboio noutros países europeus, facilmente percebe que os preços mais baixos existem onde há mais do que uma companhia a oferecer o serviço, incluindo na alta velocidade (em Espanha vão passar a ser quatro empresas)
Em Portugal, pelo contrário, há que manter monopólios, pois isso permite, a quem está no poder, fazer uns brilharetes com o dinheiro dos outros.
Às vezes, a coisa descarrila, como aconteceu em Viana do Castelo, com o protesto dos trabalhadores das Infraestruturas de Portugal, dando ao ministro a oportunidade para mostrar sua faceta autoritária de tiranete de segunda, gritando e virando as costas aos trabalhadores, depois de Costa ter despachado o assunto para ele.
Ao mesmo tempo que PNS apregoa que quer (muito quer esta gente!) que, até 600 km, as viagens sejam todas feitas de comboio e não de avião, os espanhóis acabaram de vez com as ligações de Lisboa a Madrid, o que torna difícil a concretização do sonho ministerial. Além disso, afirmam que a alta velocidade em Portugal não passa de ficção científica (num diário espanhol de hoje). Os espanhóis lá sabem, eles que até são irmãos políticos da Geringonça.
Tudo isto faz aumentar a minha incompreensão pelo imobilismo dos portugueses que se satisfazem com promessas e nunca se dão ao trabalho de verificarem a concretização das promessas governamentais ou do poder local.
Temos o que merecemos.
PS: Por uma questão de higiene mental, vou, por uns tempos, deixar de publicar, não de escrever, este tipo de reflexões, reservando-as para mim. Pode ser que um dia as publique.
Até um dia destes.
(Imagem retirada da net)
António Franco