AS NOVIDADES DOS AUTÓMATOS

Com tanto calor devo dizer que parece sempre uma enorme surpresa haver tantos incêndios no Verão para os muitos governos em Portugal. Parece muito estranho, mas não é! Ou como diz a minha amiga Mara «o Verão enlouquece as pessoas.»

Até já lhe prometi um artigo sobre como “o Verão enlouquece as pessoas” por conseguinte a minha amiga tem toda a razão. Se não vejam: ainda, em 2024, arderam mais de 147 mil hectares de espaço verde, o valor mais elevado dos últimos seis anos, onde florestas foram queimados. Em princípio tratavam-se de incêndios. Mas só em ‘principio’. Digo com alguma desconfiança, porque acho que para os muitos governos talvez não se tratem verdadeiramente de incêndios. Eles devem acreditar que talvez sejam apenas efeitos especiais daqueles que se vêm nos filmes. Deve ser tudo “faz-de-conta”! São os tais efeitos especiais em filmes projetados em salas climatizadas dos governantes.

Apesar da morbidez que espiga nos muitos governos, tanto da Esquerda como da Direita, os comentários sórdidos dos que enfiam as palas partidárias, ou dos que dizem umas coisas parvas, recorrendo a conceitos de tretas e pseudo “filosofias” vazias deixam-me atónita.

Governantes que se socorrem do seu “pensamento crítico”, de uma bagagem intelectual e académica e da sua experiência horizontal de vida alcatifada para proferir um veredicto de legitimidade sobre um problema que tanto afeta Portugal.

Mas onde estão os governantes que sentem o país que governam?
Quando é que aparece um governante que possa sentir uma barata a subir pelo seu próprio pé?
Perderam todos a sensibilidade mais básica de seres humanos? Serão autómatos?
Reparem bem nos governantes. Observem bem...não vos parecem mais autómatos que seres humanos? Há dias em que me parece ver uma luzinha vermelha nos olhos...ou isso ou então deve ser o reflexo na superfície fluorescente em que se forma a imagem nos tubos catódicos.

Sendo ou não autómatos, quero cobrar todas as promessas não cumpridas que alguma vez nos fizeram, atirá-las à cara dos faltosos. Quero continuar a compilar a lista de males sofridos por gente sem sentimentos nem sensibilidade que já vai mais comprida do que o desenrolar de um rolo de papel higiénico novinho e acabado de estrear.

Caso não saibam gosto de pontualidade e de clamar por justiça.
Será que é pedir muito?

Agora vou pegar na lista e fazer compras. Pode ser que encontre o que procuro.

Maria Júlia