BALÕES E CATOS

TOPINHAS9

 

O discurso antipolítica é um mercado que garante enormes ganhos de votos aos políticos que o cavalgam.
Os discursos miserabilistas, os caciquismos que contaminam a política e os partidos da órbita do poder, que cerram fileiras para não ouvirem a população, subvertem o verdadeiro conceito de política.

Acrescenta-se o facto de que o político que se afirma de carreira é visto como rebaixamento do estatuto. É um paradoxo e BUM! Rebenta o balão que se aproxima do cato.

Quando políticos profissionais se dizem emprestados à política, ou em férias da profissão para cumprirem uma missão, alimentam a ideia de que a política não merece ser levada a sério. Ora isto passa uma imagem errada da política aos cidadãos. Se os políticos assumissem o profissionalismo da sua atividade, talvez a política estivesse mais dignificada aos olhos da sociedade.

A verdade é que as elites políticas têm muito pouco de ‘elite’ pelo facto indesmentível de não serem um exemplo para a sociedade. Os EUA dão um grande valor à investigação nas universidades americanas - esse compromisso cívico é completamente estranho às ditas “elites” que se movimentam nos partidos de poder em Portugal.

A dimensão privilegiada nos partidos é a financeira. Por isso as direções dos partidos da órbita do poder funcionam como conselhos de administração. Sendo que as estruturas locais dos partidos são más por que também interessa aos “conselhos administrativos” dos partidos. Num jogo de interesses e de costas viradas para os problemas das populações.

Não existindo qualquer interesse para se conhecer o país, dado que o jogo é feito num mercado com pouca concorrência, onde os partidos do arco da governação se constroem num ambiente de clausura. Onde para se fazer um caminho partidário é obrigatório negar muitos valores humanos para se subir a escada da hierarquia.

Isto não é política. Pode ser chamada de “partidarite” ou outra coisa qualquer como...”batatas com bacalhau”, mas de política não tem nada.

Política é a procura de bem estar das pessoas na comunidade, não é o que os partidos andam a fazer.

Os partidos mais recentes na cena política, infelizmente, seguem o exemplo errado das instituições dos maiores partidos e assim se continua um circulo vicioso. Onde os balões de esperança dos cidadãos rebentam mal se aproximam dos espinhos doa catos partidários.

António Pinhas