CAMINHO DA PAZ
Esta semana dei comigo a pensar nas pessoas em geral. Como há de tudo!
Este pensamento surgiu, diante de uma triste notícia de uma familiar muito próxima, crescemos juntas e fui apanhada com a pior situação que nos pode acontecer - está muito doente!
Pensei: “Meu Deus, porque está a acontecer logo a ela?”
Considero que é das melhores pessoas que conheci ao longo da minha vida. Muito Católica, praticante devota, mas muito mais do que isso é a entrega aos outros. Esta rapariga, tem vivido a vida, ajudar, ajudar e ajudar. Esquece-se sempre dela. Toda ela é luz de amor para com o próximo.
“Então meu Deus, porquê ela que tanta falta faz? Anda aí gente, que nossa Senhora, só peço distância, por só espalharem o mal.”
Depois lembro-me que os desígnios de Deus, não são para nós entendermos. Leva os bons, para terem paz e os outros que se virem neste mundo, sem humanidade e humildade - será assim? Não sabemos!
O corte de relações nunca foi uma prática usada por mim. Mas os anos ensinam que nem sempre nem tudo.
Raramente continuo ser eu a tomar a iniciativa de cortar relações. Muito raramente, mas quando certas pessoas se afastam e cortam de raiz, já não fico incomodada. Bem pelo contrário, tenho sentido o mal que elas me faziam e como a vida ficou melhor sem elas. Vou aprendendo que não quer estar só faz mal.
Custa, claro que custa muito e dói na alma, mas que fazer?
Cada um tem o direito de viver a sua vida como entende, mas ninguém tem o direito de complicar a vida dos outros. Isso não!
Mas há dois aspetos totalmente diferentes: o afastamento por vezes é fundamental, para encararmos o mal que nos fizeram, ou que fizemos… que remédio; outra coisa é o rancor e esse é muito negativo. Não, esse espírito não consigo mesmo sentir!
Não guardo rancor de ninguém pois de outra forma nunca podia ser feliz.
As pessoas rancorosas, nunca são felizes. Verifiquem á vossa volta se há pessoas rancorosas que sejam felizes!
A minha experiência diz-me que não são!
O rancor, mata a alma!
Mas se queremos bem estar, nas nossas vidas, existem duas coisas essenciais: Saúde e Paz!
O amor carnal também faz falta! Ui! Esse tipo de amor também é um ingrediente essencial, mas consegue-se ultrapassar a falta dele. Ficando apenas o amor espiritual. Esse é que nos mantêm como verdadeiros seres humanos.
Tenho um grande amigo que partiu para não mais voltar, o Frei Domingos que sempre que ia a nossa casa colocava a mão numa taça como folhas secas cheirosinhas (que ainda mantenho esse costume de manter a taça com folhas perfumadas) e dizia: “- Que paz existe nesta casa!” e eu ficava sempre muito feliz com a constatação desta pessoa mais santa que humana. Pois sabia ver o que os olhos não alcançam.
E sim, sempre me preocupei que em minha casa se viva em paz.
Não há luxos, mas há respeito, amor espiritual, inter-ajuda e, assim, somos felizes. O dinheiro ajuda, mas não é o fundamental. Estamos preparados para viver com mais ou com menos. Entre nós damos sempre a volta. Nunca pedi dinheiro emprestado, virei-me sempre para Deus e sempre lá esteve para me dar a mão.
Assim e a título de resumo o que pretendo partilhar, baseado na minha experiência e com toda a minha humildade, é que se quem quer viver com bem-estar deve cuidar, com toda a sua alma, de quem anda por perto, mesmo os que estão mais longe, e afastar-se para bem longe de quem só transmite energias negativas e ainda por cima sugam as nossas energias positivas. Mantê-las bem afastadas para que façam o seu caminho até perceberem que o caminho que escolhem é o das penas, ou das pedras, e que devem parar para entender que não é a fazer mal aos outros que melhoram o seu.
Só assim, cada pessoa, terá paz!
Rosário Portugal