CRÍTICA OU FUGA?

SANCHO26

 

Hoje acordei a pensar que aqui, onde estou de férias, estão trabalhadores altamente qualificados que saíram de Portugal. O que me levou a pensar no motivo que os levou a abandonar o seu país.

O abandono de Portugal por licenciados e trabalhadores altamente qualificados, não por básicas necessidades, mas como forma de protesto contra as políticas nacionais, é um fenómeno que merece a nossa reflexão. Neste contexto, emerge a questão crucial da liberdade de escolha e da participação cívica.

É importante reconhecer que a saída de profissionais qualificados do país representa uma perda significativa de capital humano e intelectual. Aqueles que tomam essa decisão demonstram um compromisso com seus princípios e uma busca por um ambiente mais alinhado com suas convicções políticas e económicas.

No entanto, essa ação também levanta outras questões complexas.
Por exemplo: a emigração de talentos enfraquece a capacidade do país de promover mudanças internas e influenciar a direção das políticas públicas.

Em vez de abandonar, alguns argumentam que os licenciados e trabalhadores altamente qualificados podem desempenhar um papel mais eficaz no combate às políticas indesejadas através do envolvimento ativo na política, seja por meio de partidos políticos, organizações da sociedade civil ou ações de consciencialização.

A decisão de sair ou permanecer deve ser ponderada cuidadosamente, levando em consideração não apenas as necessidades individuais, que, normalmente, levam a não ver que necessidades individuais fazem parte de um todo de necessidades da comunidade onde vivem; e as divergências políticas que levam à frustração na luta política, mas também o compromisso com a construção de uma sociedade mais justa e mais equitativa.
Penso que vejo a verdade independentemente da escolha feita e para isso é fundamental que todos os cidadãos participem ativamente no processo democrático, promovendo o diálogo e a mudança para moldar o futuro de Portugal.

O simples abandono do país, por razões de: necessidades individuais (tratar da vidinha); frustração política; ou desinteresse de partidos (diferente de desinteresse político) não nos pode levar a abandonar o país onde somos cidadãos de absoluto direito.

É também esta a razão que me leva a reivindicar contra o erro político, contra as políticas que dão cabo das nossas regiões e do nosso país. Só mantendo-nos firmes nas convicções, coerentes entre o que se diz e o que se faz e mantendo a energia conseguimos mudar o rumo de Portugal.

Termino com uma frase que resume uma boa ideia: «Se não formos críticos, pouca ou nenhuma diferença temos dos animais irracionais». Sendo a crítica a capacidade de ter opinião construtiva sobre um qualquer assunto.

Sancho Antunes
Motorista