CUIDAR MAIS DO FUTURO

ROSARINHO PORTUGAL 32

 

Portugal gasta muito dinheiro a formar Quadros Superiores. Muito mesmo! Mas para quê?
Os jovens entram na Universidade, cheios de sonhos e aspirações. Vão lutar por um trabalho na área que gostam e são muitos os que não conseguem entrar no curso que gostariam, mas arriscam outro, vão para onde conseguirem entrar.


A maior parte, querem ter uma vida melhor que os pais e os avós. Sonham poder um dia, compensá-los dos esforços e sacrifícios que fizeram e eles próprios terem outro estilo de vida.
Mas finda a Licenciatura, o Mestrado para uma grande maioria dá origem ao desespero. Não conseguem trabalho, levando-os ao desânimo e a questionarem-se, afinal para que serviram 5 anos de estudo e sacrifícios?


Concorrem a tudo, aos Concursos que se abrem, a vagas que aparecem e nada! Nem respostas têm. Outras vezes são chamados para entrevistas e depois, o silêncio. Mesmo muitas vezes sabendo que dos candidatos entrevistados, têm o melhor curriculum e nem assim. Os mais ousados mesmo sabendo que determinadas Empresas não estão a recrutar, enviam o seu Curriculum, dão-se a conhecer. É desanimador, os jovens tornam-se fechados, tristes e sem interesses.


Quantos e quantos desistem da Universidade, porque não se conseguem manter fora das suas casas, das suas terras e alguns até passam fome e vivem em condições, que nunca imaginaram, embora estejam habituados a viver modestamente. Não há ajuda! E aqueles que foram excelentes alunos que terminaram o Secundário com médias altíssimas, 18, 19 e até 20, mas o sonho acaba, porque as famílias não têm como enviá-los, para a Universidade.


O Estado não investe nos Homens e Mulheres do futuro. Não incentiva, não gratifica os melhores. Agora já se começa a ouvir falar em construir Residências para Estudantes, mas Portugal ainda está bem longe de dar resposta.


A emigração de jovens Licenciados e Mestres, tem sido a alternativa de muitos. Nós investimos na instrução e outros países beneficiam do nosso investimento. Cá, o que é preciso é mão de obra barata. Pessoas que se sujeitam a tudo.


Fala-se muito da necessidade urgente de garantir apoio psicológico, a jovens que chegam a caso de depressões graves. A depressão, não se pode ignorar e exige o acompanhamento de um Psicólogo/a, assim que ela se manifesta. Mas o que é que acontece? Os médicos de família, reencaminham para o Hospital Público e até marcarem a consulta têm que esperar pelo menos um ano. Muitas vezes, já tarde demais. Já atingiram o auge da depressão e a reversão é complicada, muitas vezes com sequelas para o resto da vida. Não falando no extremo do desânimo que leva ao suicídio, nos que se refugiam em álcool e até drogas.
Mas no vasto leque dos jovens que saem das Universidades e não conseguem encontrar trabalho, nem todos pertencem a famílias de baixos rendimentos. Não! O dinheiro não trás felicidade, mas ajuda e muito nestas circunstâncias. Não há tanta pressa em começar a trabalhar e em caso de depressão recorrem a consultas de psicologia no privado.


Aqueles que mais pressa têm em começar a ganhar um salário, candidatam-se a tudo. Lojistas, trabalhos de armazéns, hipermercados, restauração e tantos outros trabalhos que não requerem uma Licenciatura e/ou Mestrado. Mas nem aí conseguem.


Percebe-se o porquê, pois as entidades empregadoras, ao verem o curriculum, sabem que serão trabalhadores provisórios, pois mal consigam um lugar na sua área, como é evidente agarram logo a oportunidade. Em certos casos, por vezes ao pensarem assim, perdem bons quadros para as suas empresas, a nível de gestão, recursos humanos, etc, etc.


É urgente dar mais atenção aos homens e mulheres de amanhã. Um país que não investe neles, está condenado ao insucesso.
Cidades como por exemplo

Coimbra que tem a mais velha Universidade do País, nem consegue dar resposta para estágios de Mestrado. Quanto mais, depois arranjarem trabalho. A maioria do Jovens que saem da Universidade de Coimbra, que nasceram, cresceram e estudaram aqui, têm que sair. Lisboa é uma das alternativas. Mas há que arranjar alojamento. Os salários são baixos e um quarto pode custar entre 400 e 500,00€ ou mais.
Cada vez é mais complicado, encontrar estabilidade, arranjar casa, constituírem uma família. Grande parte consegue depois dos 35 anos e depois, a baixa Natalidade dentro da comunidade dos portugueses é tão baixa. Nos últimos tempos subiu à custa dos imigrantes.


Habitação, trabalho, apoio à maternidade, com mais infantários são necessidades urgentes em Portugal.


Rosário Portugal