IUC… E SE O CARRO ESTIVER PARADO?

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Somos um País incongruente na maior parte das leis que deviam regular os impostos, as taxas e as taxinhas com que somos contemplados.

O IUC – Imposto Único de Circulação – é um deles. Um veículo, ligeiro ou pesado, serve para engordar o Estado. Penalizado de raiz, quando de compra, com dois impostos, o IVA e o IA, num agravamento de um bem, entre outros, sem precedentes em toda a Europa – dois impostos proibidos pela EU que tem multado o Governo nacional português por se tratar de uma dupla tributação – o veículo suporta várias cargas, desde os combustíveis, os mais caros do espaço comunitário, passando pelas portagens de auto-estradas e SCUT´s, até ao selo de circulação.

Mas, o que é uma aberração num chamado Estado de Direito e Democrático, como gostam de nos relembrar, situa-se numa situação que só encaixa no tipo do nosso País que se mostra vigarista e ladrão. As palavras são para se utilizarem quando se trata do que elas reflectem, traduzem ou significam. Por isso, escrevo “vigarista” e “ladrão”, porque não deixa de ser outra coisa…

Vejamos a minha situação, como a de centenas e centenas de portugueses: tenho o meu carro parado, por avaria – trata-se de uma viatura com 25 anos (algumas dificuldades de peças e não só…) – faz 2 anos. Mesmo assim, e num desrespeito por mim e pelo tal Estado de Direito, cobram-me o referido IUC, presenteando-me com 60,00€/ano.

Ande ou não, circule ou não… pago e não bufo.

Que País é este que só sabe esgravatar nos bolsos dos portugueses? Que País é este que se governa com o sacrifício e o suor do seu povo para ter uma matilha de políticos a governarem-se, em Lisboa, na manjedoura da política, das Instituições e de Empresas Públicas?

Porque não cria o tal Estado de Direito e Democrático, na defesa do contribuinte, uma fórmula – bastava a viatura ser selada pelas Autoridades competentes – para os veículos que se encontram na modalidade do meu, estacionados na garagem a aguardar melhores dias, não pagarem o IUC?

Um Estado que atafulha o povo com Impostos, Taxas e Taxinhas, mais de umas 3 mil, como avalia um Estudo da CIP (datado de 2020), está não só a precisar de ser reformado mas, também, de ser corrido do sistema, porque continua a esmifrar o Cidadão. Come-lhe os bolsos, sabe extorquir-lhe a massa que ganha com muito sacrifício, moí-lhe os fígados da vida e continua a atirar-nos para a miséria.

É tempo de nos deixarmos de ser ingénuos, de não votarmos em quem não merece e de exigirmos que haja mudanças. Os políticos que se arrastam na política não podem viver do sistema. Têm de se fazer à vida… No passado, segundo diziam, o político-mor gastou a cadeira do poder, por isso o regime caiu. E este regime que nos mostra políticos que navegam nas suas águas, já faz mais de 40 anos ? A continuidade de rostos e de políticas cansa…quanto mais não seja porque envelhecem sem garantir modernidade, sem nos trazer novas ideias e projectos.

Estou farto deles todos… 

António Barreiros