«MAIS PLATÃO MENOS PROZAC»
Depois de ler um texto, que considero muito pertinente, escrito por um Médico Dr. Jaime Ramos, que eu subscrevo na íntegra, pensei: Aqui está um excelente tema, que nos deve preocupar a todos, para escrever para “O PONNEY”.
Trata-se da toma de medicamentos psiquiátricos, que já atinge cerca de 40% dos estudantes!
Algo que considero de loucos!
O Dr. Jaime Ramos, num estudo que leu, verificou o seguinte: «Neste estudo é claro que os estudantes que estão “deslocados “ , que tiveram de sair de casa dos pais para ir estudar e viver sozinhos , têm menos risco de burnout . Os que estão mais protegidos , com mais mimo , têm maior risco de doença mental .
40% consomem medicamentos psiquiátricos e 10% usam anfetaminas/estimulantes».
A toma de medicamentos, muitas vezes começam muito cedo. Desde do ensino básico. Crianças como sempre houve, menos atentas, muitas vezes logo a ser medicadas e outras irrequietas e até mal educadas, que também sempre as houve, são logo rotuladas como sendo hiperactivas e a solução encontrada é também a medicação, que pode ficar para o resto da vida.
Também segundo esse estudo, as crianças e jovens que são medicados, são altamente protegidos e mimados pelos pais.
Na fase universitária, os que tiveram que sair de casa dos pais, são os que menos sofrem de burnout, que é uma doença existente sim, mas na fase de trabalhadores e não de estudante, pois resulta de excesso de trabalho, levando muitos à exaustão e a demasiado stress.
Claro que por trás disto tudo há uma indústria farmacêutica que o que pretende é vender. Depois há todo um sistema que promove esta cultura que começa a estar enraizada. Medicação, para tudo.
Minha mãe levou-me uma vez à escola, no primeiro dia do meu primeiro ano. No ano seguinte levei eu o meu irmão e assim sucessivamente até ao 4º.
Claro que os tempos eram outros e crianças podiam andar sozinhas na rua. Eu e os meus irmãos tínhamos uma cadela, mais tarde um cão, ambos de raça Pastor Alemão que iam connosco até à escola e depois nos iam buscar.
A medicação dos meus tempos!
Com os meus filhos, já a vida era diferente e até ao 8º ano, levava, trazia os meninos. Fui Delegada de Turma e os Pais e EE tinham que estar mais participativos na escola. Sempre que ia tratar de matrículas e outros documentos, eles iam comigo, para aprender. Chegados ao 10º ano, disse-lhes:
- Meninos, agora que já estão no Secundário, virem-se sozinhos. Só fui uma vez, primeiro à mais velha e depois ao mais novo, para conhecer os Diretores de Turma.
E pronto, estavam lançados e preparados para tratar de tudo. Tiraram suas Licenciaturas e Mestrados e eu nunca tive que me preocupar com nada.
Sempre fui uma mãe muito presente, mas proteção em demasia, torna-os mais vulneráveis.
A Direção Geral da Saúde e o Ministério da Educação deveriam fazer uma reflexão conjunta para não inventarem e fabricarem doentes mentais crónicos .
O estudo que justifica estas notícias conclui que o que falta são mais psicólogos nas escolas e universidades.
O Dr. Jaime Ramos conclui o seu artigo de uma forma quanto a mim muito inteligente:
«O que falta é educar as nossas crianças com mais cultura; sugiro a leitura do livro “Mais Platão e menos Prozac “ .
Educar as crianças a serem mais resilientes , mais disciplinadas , com mais respeito pelos outros , menos mimadas. Ensiná-las a trabalhar explicando-lhes que a vida é uma festa, uma fábrica de momentos felizes, de desafios , de dificuldades, que temos de enfrentar , sem queixinhas.
O facilitismo na prescrição e consumo de medicamentos psiquiátricos só fabrica doentes mentais crónicos… e infelizes .»
Assim agradeço ao Dr. Jaime Ramos que me autorizou a escrever este artigo , partindo do seu. Um assunto para refletir! A sociedade em geral, mas essencialmente Educadores, Professores e Ministério da Educação e do Ensino Superior e quiçá, até o Ministério da Saúde.
Queremos Homens e Mulheres, prontos a enfrentar a vida com garra!
Rosário Portugal