NOITE DE INTRIGA NA UNIVERSIDADE: O ROUBO DO BADALO DA CABRA
Capítulo segundo
O roubo do badalo da cabra da torre da universidade de Coimbra
Finalmente, ao alcançarem o espaço onde o badalo estava instalado, os estudantes sentiram uma mistura de euforia e nervosismo. Domingos e Luís, com ferramentas improvisadas, começaram a serrar os vergalhos que seguravam o badalo. Enquanto isso, Alfredo mantinha a guarda, os olhos atentos a qualquer movimento.
- Se formos apanhados, seremos expulsos - avisou Luís, com um toque de preocupação na voz. Mas o desejo de liberdade era mais forte que o medo. Com um último esforço, o badalo desprendeu-se, e o som que ecoou em seus ouvidos parecia música.
-Conseguimos!
Gritaram em uníssono.
Enquanto desciam rapidamente a escadaria, rindo e festejando, um barulho inesperado interrompeu-os. O som do Cabrão, começou a tocar. Aparentemente, alguém ao notar a ausência do som da Cabra num golpe de sorte ou talvez de justiça, fez tocar o cabrão. Assim, a tradição foi mais forte e chegou-se à conclusão de que o relógio da Universidade nunca poderia ficar em silêncio.
-Mas que diabo!
Exclamou Alfredo, enquanto o grupo se apressava para sair.
-O que vamos fazer agora?
A adrenalina fazia cada um deles correr mais rápido, mas o destino tinha outros planos.
Quando chegaram à Porta de Minerva, encontraram o guarda-mor à espera, não mais distraído, mas com um olhar curioso.
- O que fazem vocês aqui a estas horas?
Questionou-os, num tom de voz que não deixava dúvidas sobre sua desconfiança.
Sem pensar duas vezes Domingos, sempre o mais rápido a improvisar, apontou para a Torre.
- Estamos… a admirar a vista!
O guarda-mor, visivelmente cético, não parecia convencido. “Estudantes a admirar a vista à noite? É novo para mim.
-Estávamos a pensar em escrever uma ode à Cabra - disse Domingos, tentando desviar a atenção. O guarda-mor, embora não totalmente convencido, decidiu deixá-los passar.
Na manhã seguinte, o dia amanheceu com a cidade envolta em boatos sobre o roubo.
Os estudantes, agora amedrontados, só tinham uma saída,devolver o badalo à cabra. Mas não sem antes garantir um "feriado". Afinal, se o amor de estudante não durava mais que uma hora, eles tinham que aproveitar cada momento.
E assim, numa noite de aventura e um toque de suspense, estes rapazes, não só desafiaram as tradições, como também deixaram o seu rasto gravado naquela universidade. O ato de ousadia, coragem e camaradagem transformou-se numa lenda que atravessaria os séculos.
Os nomes de Alfredo de Paiva Pereira Capon, Eduardo Segurado e Eduardo Montufar Barreiros tornaram-se sinónimos de bravura e rebeldia, inspirando futuras gerações de estudantes a desafiar as normas, a lutar pela liberdade e a valorizar a amizade.
Mas a coragem destes estudantes foi desafiada há bem pouco tempo por outro estudante da universidade de Coimbra.
Joel Pedrosa, o audacioso aventureiro dos tempos modernos. Este jovem destemido não se contentou em descer as escadas monumentais de trenó, também já tinha saltado de paraquedas da torre da universidade, antes de se pendurar na grua que está ali por causa das obras de reparação junto à eterna Cabra da Universidade de Coimbra. Com um sorriso no rosto e um espírito irreverente, Joel provou que a audácia não tem época nem idade. As suas façanhas rapidamente se tornaram no novo tema de conversa entre os estudantes, consolidando a ideia de que, na Universidade, a tradição de desafiar os limites e viver grandes aventuras está mais viva do que nunca. Afinal, quem precisa de um badalo quando se tem uma grua para voar com a capa a adejar?
Bom fim de semana
Boas leituras.
Manuela Jones