O MEDO DE UMA NOVA GUERRA - REFLEXÕES SOBRE A PAZ E O FUTURO DAS NOSSAS FAMÍLIAS
Vivemos tempos de incerteza. O mundo, frequentemente, parece estar à beira do abismo, onde guerras e conflitos despontam em várias partes do globo. A cada dia, notícias de destruição e perdas humanas invadem as nossas casas, e a voz do medo sussurra constantemente nos nossos ouvidos. Como se a história não nos tivesse ensinado nada com as grandes guerras do passado. Infelizmente assistimos, perplexos, a um ciclo que parece não ter fim.
As duas guerras mundiais, experiências coletivas de dor e sofrimento, deveriam ter sido um alarme para a civilização. Milhões de vidas arruinadas, cidades reduzidas a escombros e famílias devastadas. No entanto, o ciclo de violência e a sede por poder continuam a assolar nações.
Pergunto-me: tudo isso serviu realmente como lição? Ou estamos condenados a repetir os erros de um passado que deveria ensinar-nos?
Como, não posso deixar de refletir sobre o que seria do nosso país se um conflito como uma terceira guerra mundial se instalasse repentinamente à nossa porta.
Portugal sempre foi uma nação que valorizou a paz e a harmonia, um refúgio de tranquilidade e acolhimento. Mas e se essa paz se tornasse um sonho distante?
O que aconteceria com as nossas vidas rotineiras, com as nossas famílias que, como eu, têm filhos e netos?
Imagino os meus filhos, as suas preocupações, os seus medos, e o que é pior, a sua impotência diante de uma tempestade que não podem controlar. É no meio a tudo isso, a imagem da minha neta surge na minha mente. Uma criatura inocente e cheia de sonhos como tantas outras . Um futuro que, à primeira vista, parece infindo, mas que rapidamente se torna sombrio na hipótese de conflitos terríveis. O meu coração aperta se ao pensar que aquele riso inocente poderia ser sufocado por sirenes ensurdecedoras e o caos do medo.
A verdade é que não estamos preparados. Muito do que conseguimos construir foi em tempos de paz, e a ideia de ver tudo isso desmoronar em nome de ideais distorcidos ou rivalidades sem sentido é aterradora. A frágil segurança que nos rodeia poderia rapidamente transformar se em desespero, e a nossa capacidade de enfrentar a incerteza seria posta à prova.
É natural ter medo. Eu tenho é não sei como iria sobreviver. Não estou minimamente preparada.
O medo é uma emoção humana, e ele deve ser ouvido. Mas ao invés de nos deixarmos dominar por essa sensação paralisante, talvez devêssemos canalizar essa inquietação numa procura constante por paz. Que possamos ser cidadãos ativos, que se levantem as vozes contra a violência, que promovam o entendimento entre os povos. O futuro depende de nós, e a escolha de construir um mundo melhor é algo que temos nas nossas mãos. Que nunca sejam manchadas por sangue inocente.
Se a história nos ensinou algo, foi que a paz raramente se dá por si mesma. É algo que deve ser cultivado com amor e entendimento. Então, se vocês também sentem este medo, lembrem-se de que, embora tenhamos que enfrentar desafios, o amor e a solidariedade podem ser mais poderosos do que qualquer arma.
Em tempos sombrios, convido- vos a sonhar com um futuro sem guerras. Que nos possamos sentar à mesa e conversar, mesmo quando as vozes parecem ensurdecedoras e os pontos de vista divergentes. Porque, no fim, somos todos humanos, e o que está em jogo não são apenas fronteiras, mas as vidas de homens, mulheres e crianças, as nossas famílias, nossos amigos, nossos sonhos. Que a força do nosso amor e a determinação por um mundo melhor sejam mais fortes do que o medo que nos rodeia e que nos invade diariamente com imagens televisivas que nos deixam sem palavras.
Manuela Jones