POLÍTICA QUE ALTERA A NOSSA VIDA

Rosarinho Portugal42

 

Ainda falando no rescaldo das últimas eleições legislativas. Verdade seja dita, não há grandes coisas a dizer e o que há, em nada se traduz de bom para o País.
Saltando a pré campanha e campanha, que já foi mais do que debatido, cansativo e que nos mostrou um mau exemplo de Democracia e muita falta de soluções, para os problemas mais graves que Portugal tem que ultrapassar.
A vitória por uma unha negra da AD, a enorme subida do Chega e a descida notória do PS, que mesmo assim ficou a uma escassa distância do PSD.
Para melhor se entender, peguemos nos resultados do Distrito de Coimbra. É por todos sabido que o PS, tem dominado sempre neste Distrito.
Vamos a contas:
Comparando resultados das legislativas de 2022 com as de 2024, que conclusões tirar?
Começando pelo PS, perdeu 18.224 votos e 2 Deputados. O CHEGA, foi o grande vitorioso, pelo círculo de Coimbra, pois obteve mais 24.232 votos e passou a ter 2 Deputados.
Por outro lado a AD ganhou 11.301 votos, onde estão também refletidos os do CDS que em 2022 conseguiu 3.244 votos, não conseguindo eleger mais nenhum Deputado, ficando-se com os 3 que o PSD já tinha - não teve alterações.
O Bloco de Esquerda também esteve na mesma sem eleger Deputados.
Para não se tornar muito exaustivo, fomos verificar os votos que os Partidos da Direita e da Esquerda obtiveram (sem a votação dos 3 partidos mais votados).
A esquerda consegue mais 7.326 e a direita 1.808 votos.
À esquerda há que salientar os 4.685 votos a mais no Livre e os menos 478 votos do PCP.
De uma coisa é certa a votação do CHEGA, pode ter vindo de alguns votos dos partidos de direita (apesar de não terem alterado a votação), mas estes não eram de forma alguma suficientes. O partido que mais votos perdeu foi o PS e o que mais ganhou foi o CHEGA. O LIVRE subiu, talvez com alguns votos do PS. É que dá a entender!
Alguns votos no CHEGA também podem ter vindo da abstenção que desceu um pouco, votaram mais 146.835 eleitores. E ainda houve um aumento de 1.947 entre votos brancos e nulos. 7.431 eleitores não se identificam com nenhum dos muitos partidos que foram a votos, não tendo eleito nenhum “Deputado”. Sim! Os votos em branco e nulos deveriam marcar cadeiras vazias na Assembleia da República se conseguissem número para isso. Talvez assim se entendesse o desagrado dos portugueses.
Ao que parece, cada vez mais, os partidos perdem importância e são as pessoas e medidas desejadas por todos, que elegem. O caso da corrupção e a carga brutal de impostos que os contribuintes têm cima dos ombros, são disso exemplo.
Estamos a dias de festejar o 50º aniversário do 25 de Abril e fica a pergunta: Os portugueses sabem viver em Democracia? A classe política, nestas eleições, mostrou que não sabe.
Feitas as eleições e conhecidos os resultados, assistimos a algo insólito e nunca visto. A eleição para a 2ª principal Figura do Estado. O Presidente da Assembleia da República. Inacreditável. Citando o ex Presidente do CDS - Partido Popular, Francisco Rodrigues dos Santos: “Há três coisas que resultaram da fotografia do Parlamento: Amadorismo, oportunismo e aventureirismo.”
Como é evidente o mais natural seria que Luís Montenegro falasse com os Partidos ditos de direita, para chegarem a um consenso, para o ato em questão. Não se tratava de coligação alguma, mas sim de evitar o que se veio a verificar. O que fez o PS, enquanto governo? Não teve esse tipo de conversações com os da esquerda? Esqueceram-se da geringonça?
Notem que o PS não ficou assustado, como ficou o PSD de Montenegro, quando teve que se relacionar com os partidos extremistas. Se o PS pode relacionar-se com o PCP e com o Bloco, por que razão não poderia o PSD falar com o Chega?
Claro, quer se goste ou não, o CHEGA agora com muito mais força e sendo o partido de direita da oposição, deveria ter sido a opção A de Montenegro. Tem 50 Deputados na AR! Há que respeitar a vontade e a escolha dos portugueses, assim se vive em Democracia.
Foi Pedro Nuno Santos que descalçou a bota, de um forma inteligente mas que tem muito que se lhe diga. Estará ele com vontade de governar o País, com este quadro político? Claro que não! Daqui a dois anos sai o eleito do PSD e toma o lugar o que será eleito pelo PS. Na cabeça dele acredita que o atual governo dure dois anos? Gozou com Montenegro. E aqui é de louvar a atitude de Luís Montenegro que apesar de saber as adversidades que vai ter pela frente, está motivado a governar.
O conhecimento dos novos Ministros, foi algo também de louvar. Pessoas da Sociedade Civil, com excelentes curricula, aceitaram fazer parte de um Governo com os graves problemas já referidos. Este Governo trouxe uma lufada de ar fresco, novas caras, independentes que não sofrem da terrível doença, partidarite, dizemos nós, porque já conhecemos muitos que foram para Ministros como independentes e depressa se renderam ao Partido que lhes deitou a mão.
Hoje mais do que nunca o que vimos é cada um olhar para o seu próprio umbigo.
Mas a falta de saber viver em Democracia, não se ficou por aqui. É admissível que na tomada de posse do Governo, Pedro Nuno Santos não esteve presente, bem como o BE e PCP? Não lhes ficou nada bem e não respeitaram o voto dos portugueses. Mas, há ainda a criticar o facto de Gonçalo da Câmara Pereira não ter sido convidado. Quer queiram, quer não a AD é composta pelo PSD/CDS/PPM!
Há uma clara falta de saber ser e estar na política!
Agora, vamos ver o que tudo isto vai dar. Com uma certeza para todos: Portugal não pode andar constantemente em eleições. Desde da demissão de António Costa, tudo ficou em banho-maria, só num ponto podemos ficar descansados, foram meses em que não se gastou dinheiro mau gasto.

Rosário Portugal