TODAS AS DISCUSSÕES SOBRE O ORÇAMENTO VÃO DAR A ... BRUXELAS

TOPINHAS19

 

Como se anda a dar tantos palpites à aprovação, ou não, do Orçamento de Estado para 2025, resolvi botar, também, os meus palpites.

Ora vou começar por dizer que após o final do debate quinzenal na Assembleia da República, Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos reuniram-se em São Bento. Após uma reunião de 30 minutos, coisa rápida para tão importante decisão, o Primeiro-ministro e o principal líder da oposição voltaram a discutir o futuro Orçamento do Estado para 2025. Pedro Nuno Santos, que tanto gosta de falar e contar estórias, preferiu submeter-se ao silêncio, mas Luís Montenegro apresentou ao país a contraproposta "irrecusável" (acho que tem que pagar direitos de autor ao filme “O Padrinho”) que fez ao Partido Socialista (PS).

A proposta irrecusável à maneira de “O Padrinho” desejava ceder às chamadas “linhas vermelhas” feitas pelo Secretário-Geral do PS - o IRC e IRS Jovem. O que é muito interessante para um país de idosos.

Parece que o "Governo cedeu a favor do PS", numa tentativa de mostrar aos portugueses que há um "sentido de Estado" por parte do Executivo e que essa coisa da ideologia política pode ser trocada por um assento na cadeira de poder.

O que me faz pensar que não sei bem se o Governo faz isto porque acredita que Pedro Nuno Santos nunca aceitará isto. E assim atirar a culpa para cima de Pedro Nuno Santos, sabendo o Governo, ou imaginando o Governo, que o PS dificilmente aceitará uma proposta destas. Ou se vota contra e assim expõe-se a ser “o pau na roda” de um governo, que não tendo maioria, foi levado pela Democracia.

No fundo, parece-me, assim com os nervos, que Luís Montenegro quer mostrar aqui é que o PS só está interessado em eleições. E na sua ganância pode baixar o eleitorado, que não sendo socialista, às vezes vota no PS. Esse eleitorado que de quando em quando firma maiorias ora no PS ora no PSD.

A realidade que se me apresenta diz que a oposição e alguns analistas, dos mais faladores, dizem que se o Orçamento chumbar será culpa do Governo e das oposições. Mas há um pormenor que muita gente se esquece. Quem ganhou as eleições foi o PSD/AD, por isso formou Governo, e por isso tem a prerrogativa da iniciativa. Portanto, o 'primeiro pontapé na bola' é sempre do Governo. Aquilo que é a reação do PS ou do Chega será sempre uma reação, mas é disso que deve viver a Democracia.

Afinal as ideologias servem para balizar as prioridades que, de forma geral, defende os partidos que se identificam com a Esquerda ou com a Direita. Se em vez disto tivermos no poder, do Governo nacional, um sistema de marketing para vender sabonetes, então aí teremos um Governo que “fabrica o sabonete” ao desejo arbitrário dos consumidores. Cá para mim deve ser este o fundamento da Iniciativa Liberal - isto é só a minha opinião.

Tirando a brincadeira, a realidade é que a final e maior decisão sobre o OE vai sempre dar, não a Roma, mas a Bruxelas.

Pergunte-me porquê?

António Pinhas