UM ALERTA URGENTE:

MANUELA JONES52

 

IDOSOS EM PORTUGAL, VÍTIMAS DE BURLAS, VIOLÊNCIA E ISOLAMENTO

O envelhecimento da população em Portugal é uma realidade inegável, e com ela surge um problema cada vez mais alarmante: as burlas dirigidas aos idosos. Estes esquemas fraudulentos, que variam desde contratos de internet enganadores a telefonemas agressivos, burlas românticas, o phishing, às burlas nigerianas, são uma ameaça significativa para a segurança e bem-estar dos idosos. Há relativamente pouco tempo tivemos as tais mensagens "mãe mudei de número de telemóvel".
Eu também já recebi esse tipo de mensagem.

Além das burlas, a violência, os assaltos e até mesmo as mortes têm vindo a aumentar, refletindo um fenómeno que exige atenção e ação imediata. Este meu artigo visa chamar a atenção para a gravidade desta situação e destacar a necessidade de medidas urgentes para proteger esta população mais vulnerável. Já na passada semana achei necessário abordar um tema não menos importante, que abordava as dificuldades existente com as ferramentas informáticas e a falta de conhecimento na resolução do quotidiano destes idosos .

Portugal tem uma das maiores percentagens de população idosa na Europa.
Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que, em 2022, aproximadamente 23% da população tinha 65 anos ou mais. Esta elevada percentagem de idosos torna o país particularmente suscetível a problemas associados ao envelhecimento, incluindo a vulnerabilidade a burlas e violência.

As situações mais comuns são os contratos de Internet, eletricidade, operadoras de telecomunicações etc. Idosos que são frequentemente abordados por vendedores fraudulentos que oferecem contratos de internet e telemóveis com promessas irrealistas de tarifas mais baixas e serviços superiores. Na realidade, estes contratos são complicados e prejudiciais, resultando em custos adicionais e contratos a longo prazo. A falta de familiaridade com a tecnologia, torna os idosos alvos fáceis para esquemas de compras online fraudulentas. Sites falsos oferecem produtos inexistentes ou de baixa qualidade, levando a perdas significativas que podem comprometer o futuro deste idosos. Infelizmente na minha vida profissional fui confrontada com vários casos com execuções judiciais por falta de conhecimento e serem alvos fáceis. Os burlões utilizam táticas de pressão em telefonemas para convencer os idosos a adquirir produtos ou serviços desnecessários. Estes vendedores são insistentes e muitas vezes enganadores causando ansiedade e confusão.

A vulnerabilidade destes idosos é frequente.

Falo também por experiência própria.

A minha mãe idosa e já com um grave problema de demência, enquanto eu estive ausente, foi burlada em milhares de euros, comprando bens completamente desnecessários. O mais grave nisto tudo, é que muitos deles até eram conhecidos, sendo assim a presa mais fácil de burlar. Um dos esquemas mais prejudiciais envolve indivíduos que se fazem passar por funcionários da Segurança Social ou das Finanças.

Estes burlões alegam problemas com pensões ou impostos e solicitam informações pessoais ou pagamentos urgentes, resultando em prejuízos financeiros graves. Além das burlas, os idosos em Portugal enfrentam uma crescente ameaça de violência e assaltos. A vulnerabilidade física e o isolamento tornam-nos alvos fáceis para criminosos. As consequências são devastadoras, não só em termos financeiros, mas também emocionais e físicos.

Para combater esta flagelo é essencial implementar uma abordagem integrada que inclua: campanhas de sensibilização nos meios de comunicação. Esta é abordagem mais simples, pois parte dos nossos idosos, vê muita televisão. Sessões de formação em segurança digital e financeira podem aumentar a resiliência contra fraudes. É necessário disponibilizar linhas de apoio específicas para vítimas de burlas, bem como assistência jurídica e financeira para ajudá-los a recuperar das consequências.

Reforçar a regulamentação para proteger os consumidores nesta faixa etária e aumentar a vigilância. As autoridades devem ser mais proativas na aplicação da lei e na proteção dos idosos. Os idosos que vivem isolados devem ser monitorizados mais de perto pelas autoridades para garantir a sua segurança. Já se tem feito algum esforço nesse sentido, mas não é suficiente. Visitas das nossas forças de autoridade programadas, podem ajudar a detetar e prevenir situações de risco. As burlas, a violência e o isolamento dos idosos em Portugal constituem uma crise grave que exige uma resposta imediata e coordenada. Com cerca de 23% da população composta por idosos, é imperativo que se implementem medidas eficazes para proteger esta faixa etária vulnerável.

A educação, a regulamentação, a assistência e a vigilância são pilares essenciais nesta luta. A sociedade como um todo, incluindo governos, organizações não governamentais, comunidades e famílias, deve unir-se para garantir que os nossos idosos vivam em segurança e dignidade, livres de medo e exploração.

Manuela Jones