VOCÊ É ÚNICO
Cá estou mais uma vez a tecer considerações ligando cada um de nós, como exemplar humano único, e de como isto pode influenciar a União Europeia.
Não sou grande adivinho, mas permitam-me ouvir que me dizem “que é por intermédio dos votos que cada um pode influenciar a Europa”. E se eu ouvir isto respondo bem à portuguesa: “mais ou menos.”
Vou-me tentar explicar “se a tanto me ajudar o engenho e a arte” da minha fraca escrita.
A realidade é que esta coisa do Reino Unido (uma espécie de colonização em alguns países da Europa) não vai preparar as suas contas para atingir as metas climáticas da agenda da União Europeia para atenuar os problemas ambientais.
O anúncio foi feito na apresentação do próximo orçamento onde a questão da redução do carbono, após semanas de especulações, o governo britânico resolveu dar outras prioridades e colocar a questão do carbono debaixo do tapete que decora a sala dos governantes das terras de sua majestade.
Então, em Londres, o governo anunciou nesta passada terça-feira de manhã que não iria transferir mesma margem para a redução de carbono para este orçamento. O governo do Reino Unido considerou que já tinha feito o suficiente e que não previa, para este orçamento a verba para redução do carbono.
Os grupos verdes argumentaram que isso prejudicaria a credibilidade internacional do Reino Unido, mas de nada valeu. Enquanto há países que seguem à risca a redução carbónica, como é o caso de Portugal, apesar das dificuldades financeiras o Reino Unido na sua absoluta capacidade de se manter país colonizador desafiou as leis da gravidade ambiental e mandou pastar as metas da UE.
Claro que tudo isto tem que obedecer a uma cambalhota circense por parte do governo do Reino Unido e numa declaração ministerial escrita e publicada na terça-feira, o Ministro da Energia, Justin Tomlinson, disse que o governo “já está no caminho certo para entregar mais do que deveria” no quarto período do orçamento de carbono, sem depender da “transição”. Que é como quem diz “aqui mandamos nós...olha a porra!”
Vou explicar melhor: ao abrigo da Lei das Alterações Climáticas, os ministros podem decidir transferir qualquer excedente do anterior período orçamental de carbono, para outros blocos de metas de redução de emissões de cinco anos juridicamente vinculativas. Este processo é para tornar mais fácil atingir as metas no futuro. O Reino Unido superou o seu último orçamento de carbono em cerca de 15 por cento, mas principalmente como resultado de fatores externos, como a pandemia de Covid-19. Não foi por políticas ambientais e este é o argumento de “ouro”.
Os conselheiros climáticos independentes do governo, o Comité das Alterações Climáticas (CCC), alertaram que seria mais difícil para os ministros atingirem os objetivos verdes num futuro próximo se o próximo período orçamental fosse enfraquecido “por um detalhe técnico”. O Reino Unido já está fora do caminho para cumprir o seu compromisso climático para 2030, de acordo com a análise do CCC.
Uma fantástica ordem onde cada um faz a sua interpretação pessoal como brilhante ideia de me estar nas “tintas” para o que é melhor para o planeta. Os outros que se lixem.
Sim, você é único, mas cada um de nós tem que respeitar o todo onde nos inserimos.
António Pinhas