Cá se vai (des)andando…

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Portugal começa a irritar. De vigarice em vigarice, vão uns quantos enchendo os bolsos, à custa do povo unido que está a ser vencido. Isto farta. Isto cansa. E nunca ninguém é verdadeiramente detido. E quando são detidos, a maior parte vai para uma prisão de luxo

[5 estrelas]

em Évora.

São os políticos. São os banqueiros. São os presidentes dos clubes. Eu sei lá. Tanta e tanta malta a gozar com o parco dinheiro do povo contribuinte, que até farta.

E agora, como se já não bastasse tanta inquietação derivada da vigarice impunemente institucionalizada, ainda temos telenovela da boa, prime time, a propósito do Orçamento do Estado. O estado do sítio - parafraseando o meu amigo Luís Gil Torga, com o estado deste sítio que ele tão bem satiriza no seu magnífico livrinho “A Canalha”.

Mas, afinal, o que anda a pôr a geringonça de costas voltadas? A desunir a esquerda? A arreliar o costa boss? E o avô jerónimo? E a catarina artista? Nada. Absolutamente nada. Estão de costas aparentemente voltadas por ninharias que não interessam ao povo desunido, mas interessam aos políticos ávidos de tacho, alheios ao que verdadeiramente martiriza o povo e sempre a lavarem as mãos como pilatos quando a corrupção se instala em gabinetes próprios ou a eles muito chegados.

Portugal não anda bem. E o povo não desperta. E isto, a continuar assim, descamba em tiroteio à porta aberta. Mesmo dentro de gabinetes fechados, que tresandam a insensatez e a gripe do tacho.

Vou dormir. Talvez sonhe com outro 25 de Abril. Até logo, camaradas.

© Jorge Sá

(O Autor não respeita o AO90)

(Imagem: recorte da capa da segunda edição de “A Canalha”, Obra de Luís Gil Torga)