CADA UM DE NÓS TEM A CHAVE PARA MELHORAR!
O que observamos é que os políticos eleitos, na sua esmagadora maioria, lida mal com o sistema da Democracia Participativa. Argumentam que foram eleito e que isso permite-lhes estar acima de qualquer crítica à sua maneira de governar.
Esta forma de ver uma certa “democracia” que repudia a Democracia Participativa é ilustrada pela famosa frase “Deixem-me trabalhar”!
Este “colorido” continua quando recusam ouvir as necessidades da população. Considerando entre os seus como uma maneira de “perder tempo”! Argumentam que os eleitores não têm um “verdadeiro sentido de realidade” e as suas exigências pertencem a uma ordem de utopia idêntica a unicórnios - fofinhos mas irreais!
No entanto os eleitos, legislativos ou regionais, candidataram-se para gerir a comunidade, não para imporem a sua vontade pessoal. Um eleito é uma pessoa comprometida com as pessoas da comunidade e não pode deixar de ouvir as necessidades da comunidade. Estando comprometido com as explicações que o público exigir. Explicar que medidas podem ou não ser realizadas mediante uma explicação clara e não fechada num discurso tecnocrático. Claramente não pode responder a uma questão de um cidadão “vá ler o relatório!” O que deve fazer é explicar com uma linguagem simples a decisão política e não mandar ler um qualquer relatório.
Exige-se o diálogo aberto e claro! Se um político eleito para um qualquer cargo público exige tolerância aos que governa, deve ser o primeiro a dar exemplo e transmitir essa tolerância a quem está a viver a consequência de uma medida política errada. Quem se sente lesado deve ter mais espaço pela forma como se exprime.
Os eleitos, na sua esmagadora maioria, preocupam-se apenas em resolver o imediato para, com urgência, colocarem em cartaz sem ter em conta as consequências das suas medidas. Pode até falhar o tempo para meditar a quem governa, mas não pode falhar o assumir de consequências.
Estamos habituados a velhos truques por parte de quem tem poder como: o auto-elogio; o empolamento de medidas que levantam grandes dúvidas; a culpabilização de mandatos anteriores para explicar a falta de ideias; a ideia de vitimização por ter sido eleito e a oposição estar com inveja; e outros truques do género que desviam a atenção e até substituem o diálogo com a população. Não tem que ser um diálogo pessoa a pessoa. As respostas têm que ir na direção de conjunto de questões onde cada uma das pessoas se revê.
A Democracia não pode ser usada apenas nos dias das eleições. O eleitor só se pronuncia no dia que coloca o voto na urna e depois tem que se calar. Ou seja, vive em tirania apenas com um dia de democracia de 4 em 4 anos. Esse não é o verdadeiro sentido da Democracia!
O eleito é responsável perante a comunidade e não apenas submisso a quem lhe promete muitos votos nas eleições seguintes! Isso não é democracia e está a custar muito caro a Portugal! O interesse de poucos não podem por em risco a sobrevivência da comunidade, seja região ou o país!
Temos que mudar de sistema!
Têm que ser os cidadãos, por região, a fazerem programas políticos e entregar a quem se quer candidatar a cumprir. No caso das árvores em Coimbra já se viu que é possível juntarem-se pessoas de quadrantes políticos diferentes em torno de um assunto que afeta a comunidade e está a resultar!
A verdade é que não podemos continuar a votar no partido A ou B porque vão ganhar, ou são os menos maus, ou são do meu clube de partido (e eles fazem tudo bem porque até arranjam trabalho para a minha filha), é que mesmo com a promessa de “tachos” ou “mordomias”,dados a pessoas que calam os erros, toda a comunidade fica a perder!
E se toda a comunidade fica a perder as pessoas que pensam apenas e no seu próprio interesse acabam por também vir a perder! Não podemos continuar a ter medo das ameaças...não passam disso “ameaças”...cada um de nós tem mais força do que pensa! Cada um de nós dá esse poder a quem depois mostra o pau! O pau foi cada um de nós que o deu e quem o deu também pode tirar.
Coimbra tem tudo para dar certo! É uma cidade que foi grande condado antes do reinado de Portugal; Coimbra foi capital antes de ser chamada capital no sentido oficial; foi uma cidade destinada para o Estudo, antes de Portugal ter autorização para os Estudos Gerais (Universidade); apesar de D. Dinis negar a Coimbra a Universidade (queria o bom rei que fosse para Lisboa), Coimbra ficou com a primeira Universidade portuguesa; Coimbra é antes de tudo um centro de pensamento livre e resistente a tudo - quando nos faltar isto - Coimbra perde a sua fibra. Por isso temos tudo para iniciarmos um processo novo de se fazer política.
Cada região tem tudo para dar certo porque Portugal tem as melhores condições geográficas da Europa, uma História de abrir caminhos ao Mundo, uma boa relação com os países irmãos e mesmo com os que fizeram guerra connosco, um bom avanço na inovação, trabalhadores reconhecidos em todo o mundo...temos tudo para dar certo, porque andamos a dar errado?
É essa a questão que nos deve mover a pensar o que queremos para a nossa região de Coimbra e contaminar outras regiões em volta para nos agruparmos e termos um programa político a propor aos partidos e respetivos candidatos.
Temos que ser nós a propor o Programa Político e não sermos usados para dar o pau a quem depois nos ameaça.
Viva a Democracia Participativa contra a “democracia” morta e colocada na Urna!
Cada um de nós tem a CHAVE!
JAG