O PARTIDO SOCIALISTA, O DOENTE QUE NOS GOVERNA
A nova ferramenta do governo
A deputada Jamila Madeira é filha do antigo deputado Luís Filipe Madeira.
Da mesma forma que Maria Antónia Almeida Santos é filha do antigo deputado Almeida Santos. Ou seja, é como o deputado Francisco César, que é filho do antigo deputado Carlos César. Faz lembrar a ministra Mariana Vieira da Silva que é filha do ex-ministro Vieira da Silva, ou mesmo o ministro João Gomes Cravinho, que é filho do ministro João Cravinho. E por aí fora, há muitos mais.
Claro que o parentesco de cada uma das pessoas, se tido individualmente, não é problemático. Haverá aqui pessoas, que no limite poderão ser todas, com mérito próprio que vá para além de qualquer referência familiar. Mas, quando se olha para a coisa no seu conjunto, é difícil não ter algum mal-estar. O PS é uma organização altamente endogâmica que privilegia o nepotismo. E isso não é bom. Torna-se uma organização muito mais vocacionada para resolver os problemas "dos seus" do que da comunidade no seu conjunto. É uma organização que promove o "group thinking" ao invés do "Fresh thinking".
É claro que, em termos estritamente organizacionais o PS é um corpo mal-são. É óbvio que há lugar para um partido que ocupe o espaço político que é ocupado pelo PS. Mas seria sumamente desejável que esse partido não tivesse os vícios de que enferma o PS e que o tornam algo próximo de uma organização do tipo mafioso. Após se ter concluído que Sócrates tinha levado a corrupção ao cume do partido, teria sido desejável que este tivesse feito uma enorme reflexão que poderia, eventualmente, culminar numa refundação do partido. Nada foi feito, nem os militantes, nem os próprios eleitores, o exigiram. O partido convive demasiadamente bem com os seus esqueletos no armário. Tão bem que é legítimo que nos interroguemos que mais armários nos preparam eles.
Miguel Alçada Baptista