OS NOVOS PROFESSORES “PARDAL”

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Tenho vindo a assistir nos últimos tempos, à emergência de uma nova espécie de caixeiros-viajantes a impingir as coisas mais inúteis e mirabolantes que se possam imaginar.

Apresentando-se sempre em nome das Universidades e dos Clusters e “Centros de incubação de ideias” normalmente associados às Faculdades de Engenharia e Tecnologia, estes autênticos Professores "Pardal" andam por aí a impingir junto da Administração Central, das Câmaras Municipais e das Empresas Públicas, as mais recentes engenhocas, ditadas pela fertilidade da sua imaginação.

Tratam-se acima de tudo de softwares para a construção de cenários e modelos de evolução económica, social, ambiental e de tudo o que se quiser, muitos deles sem qualquer ligação à realidade, programas de utilidade sempre discutível, e que mais não passam de versões aligeiradas e simplificadas de programas que existem no mercado há uns largos anos.

Alegando o custo das licenças do produto como sendo um factor deveras competitivo, em boa verdade estes preços são tudo menos apelativos, na medida em que se aproximam dos custos dos produtos originais, por uma mera centena de euros praticamente insignificantes no custo final dos mesmos. A criatividade e a brilhantez destas mentes paga-se caro.

É claro que após uma breve pesquisa no Google, verificamos com facilidade que estes caixeiros viajantes nem são professores, nem estão sequer ligados às instituições universitárias ou aos ditos clusters de incubação de ideias.

Servindo-se dos nomes das instituições, montam empresas e registam as patentes das suas engenhocas, com o objectivo final de impingir estas tretas, que não apresentam quaisquer garantias de qualidade e de assistência técnica, aos pobres desgraçados que se deixam embalar por estas patranhas.

Texto de João Braga 

In Pedro Dias