PORTUGAL - QUE FUTURO?

PORTUGAL QUE FUTURO1

 

O trabalho efetuado nos sistemas de produção são considerados essenciais pela maioria dos países para a criação, distribuição da riqueza e para a melhorar o padrão de vida das pessoas.
Também a capacidade de competir é cada vez mais exigente para a atual produção devido à globalização em todos os aspetos: desde a fabricação de produtos (preço, variações de produtos, mão de obra, tecnologia, mercados, etc.) até chegar ao consumidor final.

O que dificulta muito que as empresas fabris cumpram com todos os requisitos e ainda assim possam ter capacidade para competir num mundo cada vez mais global.

Por isso existe agora um amplo consenso entre os membros de diversas instituições académicas, industriais e governamentais de que, para uma organização industrial competir num mercado global, deve ser capaz de produzir produtos de alta qualidade, fiáveis e baratos (com preço ao alcance de mais bolsas), de forma fácil e rápida. Existe consenso no diagnóstico, mas não há consenso na solução mais viável.
Uns países apostaram na mão-de-obra barata à custa de uma certa tirania, outros usavam a mão-de-obra barata de outros países. Mas nenhum destes países encontrou a solução. Mais tarde ou mais cedo ganha sempre a justiça que dá força a quem está contra a subjugação.

Um dos grandes problemas foi exatamente o receio de se dar o próximo passo, mantendo a humanidade e a justiça.

Por exemplo: enquanto o público em geral nos EUA e na Europa estava com medo de que a automação industrial substituísse o trabalho humano e, portanto, tornasse muitos empregos obsoletos, a cultura de emprego vitalício do Japão (sem possibilidade de despedimento, mas com baixa de rendimento e trabalho menos responsável) e o de haver cada vez mais ativos seniores que não queriam fazer o chamado “trabalho sujo” – mão de obra fabril – facilitou muito a aceitação deste sistema de automação industrial.
Assim, o Japão passou a dar prioridade à automação na indústria como solução. À medida que a pesquisa e o desenvolvimento conduzidos pelas universidades japonesas prosseguiam desde os anos 60 até os anos 70, o primeiro robô humanóide de corpo inteiro foi inventado por pesquisadores da Universidade de Waseda em 1972. O Japão apesar de não estar entre os primeiros países como maior registo de patentes - pelo estudo da Organização Mundial da Propriedade Intelectual das Nações Unidas (OMPI) conseguiu grandes avanços feitos nos anos 80 em pouco tempo. O uso de peças tecnológicas aplicadas criaram esse avanço japonês.

Os braços robóticos articulados de conformidade seletiva também foram inventados nessa época, o que não apenas acelerou o processo de produção, mas também permitiu um nível de precisão que não era possível antes.

É exatamente motivado pela baixa demográfica, pelo aumento de esperança de vida, pelas exigências ambientais e pela exigência de baixa de preço que é necessário que Portugal avance para o patamar da produção em massa usando a tecnologia. Desde que a produção pela tecnologia pague a segurança social para ser usada na formação humana.

Quanto aos receios de que a tecnologia vai ultrapassar o ser humano é absolutamente fantacioso e falacioso. A forma como pensamos a tecnologia é que nos vai obrigar a entendermos melhor a definição de ser humano.

Não como um ser que pensa apenas vencer uma partida de xadrez, como prova de inteligência, e esta ultrapassada pelo programa informático (como o nome de Deep Blue) que venceu o campeão de xadrez Kasparov, que nos obriga a ver o ser humano não como especialista, mas como um ser mais parecido com o ideal de ser da Renascença - um ser curioso por tudo que experimenta mais do que um trabalho, que tanto procura resposta na Arte como na Ciência e a todas vai.

Libertando o ser humano para o trabalho de voluntariado na comunidade (restrita ou abrangente); para família que é fundamental para uma sociedade equilibrada e para uma maior sanidade mental individual - que já estamos todos a perder.

Por outro lado cada vez mais, na produção moderna, os equipamentos automatizados e as aplicações informáticas não prescindem da partilha no ambiente de trabalho com os seres humanos.

Funções rotineiramente executadas por humanos no passado são agora passadas às máquinas. Exemplos em processamento de materiais, montagem, manuseio, etc., são abundantes.

A urgência em implementar tecnologias automatizadas foi e está, cada vez mais, justificada pela crença geral de que, como as pessoas têm grande dificuldade em fornecer a qualidade, uniformidade, limpeza, confiança, repetibilidade, capacidade de registar eventos exigidas e, além disso, uma vez que o desempenho humano notável não é a norma, a alternativa manual não é, de forma alguma, uma opção viável. Mesmo um erro em 250.000 operações manuais não é considerado suficiente.

Os defensores da automação industrial acreditam que é a única forma de aumentar a produtividade das atividades industriais e o padrão de vida. Isto, por sua vez, ajudará a aumentar o equilíbrio comercial, que neste momento se encontra desordenado, resolve a perda de competitividade global e dá espaço para aumentar a vantagem criativa para combater a estagnação intelectual em que o mundo se encontra.

Apesar dessas evidências, alguns especialistas em tecnologia persistem na sua visão de receio da tecnologia. As questões pertinentes que levantam são: “As tecnologias automatizadas proporcionam todos os benefícios alegados?” e “Já foi feito o levantamento devido à dependência de causas de automação completa?”

Mas estas questões levantadas pelos críticos da tecnologia apenas reforçam a ideia de associar humanos e tecnologia. Só libertando cada vez mais pessoas do trabalho exclusivo para sobreviver é que se reúne mais cérebros dedicados aos problemas maiores, como as questões ambientais, migrações, aumento da esperança de vida no planeta, etc.
Todas estas questões de produtividade, viabilidade económica e técnica e consequências associadas às tecnologias avançadas de produção automatizada devem ser examinadas, mas não podem ser impedimento para o uso de uma solução que já resultou no Japão.

Os sistemas automatizados são considerados infalíveis pelos defensores pelo uso da tecnologia na produção moderna. Mas não nos podemos esquecer que também há muitas deficiências tecnológicas e que estas exigem intervenções humanas, o que não descarta o ser humano, mas exige uma maior genialidade a cada um de nós.

A discussão das questões neste artigo leva a uma conclusão óbvia, mas crítica: a tecnologia e os seres humanos nos ambientes de produção modernos são interdependentes. E é esta interdependência que é fundamental para conseguir desenvolver um país como Portugal. Com a vantagem de Portugal ter excelentes relações com todos os países com língua oficial portuguesa e que deve aproximar-se, pela relação histórica que tem, com o Japão.

AG