REFILAR, EXIGIR, ESCRUTINAR É OBRIGAÇÃO DA DEMOCRACIA

3 REFILAR EXIGIR ESCRUTINAR E OBRIGACAO DA DEMOCRACIA 1

 

O jovem médico conimbricense e excelente cantor, Carlos Paião, confirma, que “refilar faz (mesmo) mal à vesícula” em tom de canção irreverente.
Dificilmente se deve contrariar o jovem médico de Coimbra que usava o humor para tratamento contra os “maus fígados”. Mas vale ou não a pena “refilar” depois de Abril nos dar a voz?

Ora anda a aumentar o número, em Portugal, de preocupadas criaturas com objetivos cirúrgicos de cuidar da vesícula de quem refila. Partidários de que os partidos políticos se deveriam costurar num conjunto de soluções de diversos partidos num bem maior da nação. “Em vez de estarem separados deveriam estar juntos” numa espécie de “salvação nacional”.

Uma espécie de monstro de Frankenstein.
Um Estado mais forte de uma ideologia, e mais Liberdade de outra ideologia sua oposta, mais um olhinho azul de outro e o outro castanho para criar uma criatura conjunta. Um doce monstro que na sua ingenuidade pisa tudo o que encontra pelo caminho.

Todos os que defendem que “um bocadinho de uma ideologia de Direita, mais um pedacinho de Esquerda teríamos uma nação a andar” concordam com as palavras do ditador português, António de Oliveira Salazar, que dizia: «a finalidade dos partidos corromperam-se e as agremiações partidárias converteram-se em clientelas, sucessivas ou conjuntamente alimentadas pelo Tesouro. A realização partidarista começou a envilecer-se. »

Por isso é muito fácil imaginamos António de Oliveira Salazar, em 1949, a consentir com estes pequenos “frankensteins” que aumentam em número. Só O Ponney, no alto dos seus noventa e cinco anos, sabe como acaba o argumento contra a democracia!

A democracia portuguesa tem muitos defeitos. Sobretudo sofre de desinteresse por parte dos eleitores. Algum desse desinteresse é por se confundir política com “partidarite”. Também por os eleitos não se mostrarem à altura dos cargos que ocupam esquecendo a ética e a educação no governo de Portugal.

Todos quantos lutaram por ter voz (na realidade para poderem refilar se o entendessem) frustram quando esbarram em maiorias de “não-quero-saber-de-política”. A tortura maior para quem defendeu a liberdade de expressão é que poucos se dão conta deste poder de pensar, e de poder instruir-se, e de poder dizer que parece que sempre assim foi. Mas não foi.

Ora é convicta a defesa que se deve refilar contra o mau uso da democracia. Protestar com quem ganha as eleições e que pensa passar a coronel sul americano. Recalcitar contra abusos de poder. Reagir contra os partidos onde militamos se pisarem o risco da democracia. Exigir todos os dias Transparência no uso do bem público.

A Democracia é feita de pessoas e somos todos nós que devemos exigir a quem é eleito que cumpra com o que promete em eleições. Somos todos, e cada um de nós, a Democracia e devemos exigir a discussão da coisa pública da Res Pública.

Não podemos alinhar em pensamentos “adocicados” vindos de uma cabecinha cheia de sal e de azar.

FG
25-04-2025