TAP: O HOMEM ASSUSTOU-SE, SÓ PODE

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O Director Financeiro da TAP saiu, a correr, dando como razão para a sua escusa, circunstâncias de problemas pessoais.

Esteve lá 3 meses. Só 90 dias. O homem deve ter-se assustado com os problemas que a nossa companhia aérea deve conhecer. Só pode ter sido isso, mesmo…

Se já estava mal, depois da pandemia, esburacou-se mais. A reportagem do Sexta às 9, ontem, na RTP, trouxe a lume as dificuldades de, quando todas as outras já o fizeram, ressarcir milhares de passageiros do valor dos bilhetes comprados.

A TAP é um poço, um buraco e um caso sem fundo e perdido, estou certo.

A TAP, que tinha o Estado como um dos accionistas, andou em roda livre. Nunca os senhores governantes, a começar pelo Primeiro-Ministro Costa e o titular da pasta da guarda da companhia, levantaram a voz para questionar a política empresarial e os investimentos – aviões em catadupa sem respaldo no futuro da empresa em razão de rotas e de fluxo de clientes – que estavam a ser feitos. Um e outro são cúmplices no trambolhão da TAP, abraços com milhões e milhões de prejuízos, qual dos bancos que caiu como baralho de cartas, por falta de uma capacitante acção do regulador, o que é crime…

Esta saída apressada, anunciando motivos pessoais, só pode estar relacionada com o panorama que esse gestor foi encontrar, o qual o inquietou e desmotivou.

A TAP – não me devo enganar – vai sorver milhões e milhões de euros, por má gestão, com a conivência do Estado e das suas principais figuras, como já o referi, e afundar-se na insolvência, daqui por uns 4 a 5 anos, deixando um rasto com um buraco de um volume inacreditável que caberá, e uma vez mais, aos portugueses , todos – pobres, remediados e ricos – pagar e não bufar.

Continuamos a viver num País a fazer de conta. Com os governantes a enganar-nos com promessas que não são exequíveis. A tapar os problemas que encravam a Nação. A levar o País para mais uma época de míngua e de apertar o cinto. Os políticos, que representam partidos, não usam a linguagem da verdade e, mais grave, têm dificuldades em aplicar a receita da boa governança, porque encharcam os departamentos públicos com os amigalhaços, os primos, os enteados e os conhecidos, mas nunca com os melhores, os mais capazes e os que sabem gerir com seriedade e muito sentido de servir.

A TAP já era. Antigamente foi uma companhia de prestígio, de lucros e de grande imagem pelo Mundo. Hoje arrasta-se, definha e derrete biliões para tentar sobreviver, sabendo-se que a sua morte – lenta – é certa. Agora, basta nomear mais um dos boys…

O nosso povo continua a gostar que o enganem. É, e sem dúvida, o que classifico de “política à portuguesa”…

Estamos feitos! 

                                                                                                                                                                                                                                               António Barreiros