À espera do amado...

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Disse-me baixinho:

— Meu amor, olha-me nos olhos.

Ralhei-lhe, duramente, e disse-lhe:

— Vai-te embora.

Mas ele não foi.

Chegou ao pé de mim e agarrou-me as mãos...

Eu disse-lhe:

— Deixa-me.

Mas ele não deixou.

Encostou a cara ao meu ouvido.

Afastei-me um pouco,

fiquei a olhá-lo e disse-lhe:

— Não tens vergonha? Nem se moveu.

Os seus lábios roçaram a minha face.

Estremeci e disse-lhe:

— Como te atreves?

Mas ele não se envergonhou.

Prendeu-me uma flor no cabelo.

Eu disse-lhe:

— É inútil.

Mas ele não fez caso.

Tirou-me a grinalda do pescoço

e abalou.

Continuo a chorar,

e pergunto ao meu coração:

Porque é que ele não volta?

Farouk Abdalah

Em António Olayo