HIATO
Perdeu-se nos hiatos
vazios, da madrugada,
que plenos um dia imaginara
em florações azuis, douradas,
num limbo,
com os olhos de pálpebras cerradas...
E o beijo que o sonho despertou
por ali ficou,
até ser salvo
pelo nascer da Alvorada!
Morta a vesânia impura,
que naquele lapso viveu,
perdeu-se agora,
no clarão de uma imagem colorida,
que ao longe cintila,
no chamamento à vida.
Luís Constantino