HIATO

Luis-Constantino44.png 

Perdeu-se nos hiatos

vazios, da madrugada,

que plenos um dia imaginara

em florações azuis, douradas,

num limbo,

com os olhos de pálpebras cerradas...

E o beijo que o sonho despertou

por ali ficou,

até ser salvo

pelo nascer da Alvorada!

Morta a vesânia impura,

que naquele lapso viveu,

perdeu-se agora,

no clarão de uma imagem colorida,

que ao longe cintila,

no chamamento à vida.

Luís Constantino