Só um copo mais
Só e esquecido beber um copo mais
Para apagar da mente uma tontura
Que dão as perdas que não há iguais
Beber refresca da alma a árida secura
Quantos anos dias displicentes normais
Passam sem pensar num mal sem cura
Que sempre chega cedo ou tarde demais
E obriga a beber da taça tanta amargura
Tempo passado sem a pensar se deter
Que a vida é efémera um fim há de ter
Nada sobrevive nem um Amor qualquer
O Amor moeda de ouro numa face o prazer
Noutra felicidade uma vida pode enriquecer
Na companhia do Amor duma grande Mulher
Edgard Panão
( in, Post-Scriptum )
Arte: Anker-Der-Trinker-1868