Vai
Ergue aí o teu cálice vermelho
Desse vinho criado no Cerrado
Canta comigo o cantarejo velho
Num hino à vida dum tempo acabado.
E vai, vai voando numas asas de prata
Feitas dessa prata dos teus velhos cabelos
Rasos de saberes que o tempo não mata
Tecidos dum fio que fez grandes novelos.
Voa pelo Mundo de noite e de dia
Pelas vagas do espaço, serenamente
E faz um bom uso da sabedoria
Deixando na Terra a tua semente.
Pedro Santos Martins