Editorial 12-05-2018

 

Abanões

O país vai mal. Há, até, quem proponha que, à segunda-feira, passe a chamar-se “Aumento de combustíveis”, um nome que começa a assentar que nem uma luva ao que está a acontecer – com toda a gente a assustar-se – semanalmente, aumento que, para além de entrar ou sair - directamente na carteira dos utentes, provoca grave inflacção, com muito boa gente a aperceber-se de que já a viver pior, muito pior, que nos tempos de Passos Coelho.

Além disso, o país apodrece: na saúde, na educação, nas obras públicas; aliás, em todas as zonas governamentais. No país caloteiro, só há uma voz mandona: Centeno. O próprio primeiro-ministro lhe obedece cegamente.

Cheio de dívidas, que fazem perigar de modo grave a vida das empresas, o governo, pela boca dos seus membros – não tendo nada mais a fazer só bolçam bitaites – lá vai somando promessas que aumentam o monte das já incumpridas; ou, porque mais troantes, lá se vão desenvencilhando de Sócrates e Pinho, governantes ao tempo de um Costa que, longe vá o agoiro – dirá ele – se poderá ver metido na embrulhada.

A aprovação do orçamento para 2019 é outro bico-de-obra: se a Assembleia o não aprovar, Costa ameaça demitir-se; Marcelo, o Ti Celito, cada vez mais 113, por sua bandagarante não se recandidatar.

Claro que ninguém acredita nos papões, mas até era giro que acontecesse. Até porque, como primeiro-ministro sempre vai podendo pôr uns “travõezitos” ao MP, talqualmente o fazia o chefe Sócrates, ostracizado pelos antigos amigos, companheiros e subordinados.

Por Coimbra, as coisas vão na mesma como a lesma, que envelhece. Na verdade, enquanto a parte académica – dos Institutos e Universidade – cresce em prestígio nacional e internacional, a parte que diz respeito a Machado mingua e deteriora-se. É um dó de alma aquilo que está a acontecer e a não acontecer. Machado parece ser o cúmulo da inacção.

Dando de barato e como escrevia um advogado amigalhote no DC, “Não acordem o Machado”. Por isso, gentes de Coimbra, TREMEI!

ZEQUE