Editorial 23-02-2019

Trocadilhos/d'alhos estão a calar o mundo da política mentirosa, um mundo em que impera o “deixa-andar”, o “corre-corre”, o “deixa para lá que são todos iguais”. E não são!

Escrevo em termos de política e não pessoais, que, no mesmo ser humano, raramente pessoa e político se confundem, salvo se quisermos esmiuçar/ confrontar o “sacanismo”, ou qualquer outra doutrina parecida que algumas almas sacripantas de bom tom adoptaram.

Deixo de parte o honestíssimo Sócrates, moço de recados do amigo Silva, e o impoluto Sampaio - um não estou cá nem estou lá - uma espécie de rainha de Inglaterra para quem a miséria ia para além da pobreza, isto é, antes pobre que miserável, já que o inverso pareceria menos bem.

Ser de esquerda é ser de bom tom; ser de direita é ser desprezível, pese embora o facto de, regra geral, os indivíduos auto-intitulados de esquerda pertencerem à média ou à alta burguesia parasitárias que empobrecem o país.

Enfim!

À revelia do primeiro ministro Centeno, a contínua Marta Temido comunicou a Carlos Ramalho, ”boss” dos enfermeiros em greve, que o ministro da propaganda Costa se disponibilizava para o ouvir em confissão, ainda que sem se comprometer com qualquer penitência na questiúncula do pilim e das promoções dos enfermeiros.

Umas vezes, Costa quer, mas Centeno, não: outras, o inverso. Um jogo sem fim, combinado e manipulador, em que, no caso, os enfermeiros vão ser mais uma vez enganados, tal como os professores, a PJ, e outros o têm sido. Isto, apesar de o governo da geringonça ser, potencialmente, um governo pró-social, do damos, para logo a seguir (ou ainda antes, ou ao mesmo tempo) tirar mais do que dá.

Com papas e bolos se enganam os tolos; com café e vinho se enganam os tolinhos.

Li num jornal que “Gang de extorsão faz 500 vítimas”. Embarco no escândalo e, de seguida, mentalmente, bebo a remodelação governamental de Costa e de Marcelo assente na “isogamia” siciliana das “famílias”: há ali pano para todas as modas, para o país ser entregue a meia dúzia de rendeiros, com condes e duques, afastado que parece ser o clero, não obstante a protecção de Marcelo, uma espécie de lixivia aplicada nas nódoas de Costa e companhia aldrabada.

Estranha-se, na verdade, o permanente zelo com que Marcelo - como Marcelo ele próprio, e não Ti Celito ou alvéola – se apressa a defender, ou a confirmar as “proezas” de Costa.

Morreu Arnaldo de Matos, o grande educador do povo, manifestamente antidemocrata, incitador à violência, intolerante, defensor da ditadura do proletariado. Pois bem, Marcelo, qual borboleta cega pela luz, aparece a classificar o camarada Arnaldo como “um defensor ardente da liberdade”.

Desconfio que Marcelo, o amigo de Ricardo Salgado, está a fazer de ponte, uma ponte com vários tabuleiros a atravessá-la.

A “paz” não justifica tudo: cheira-me a esturro.

ZEQUE

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