DEFESA: DESVALORIZANDO

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 Os políticos têm subestimado, bem como outros sectores, a Defesa.

Trata-se de um importante vector da Soberania Nacional.

Quando as Forças Armadas estão sub-dimensionadas, ou seja, com pessoal a menos do que deve ser o efectivo geral, entre Marinha, Força Aérea e Exército, está em causa essa noção base que deve nortear a Nação.

Interessante será equacionar, também, que as Forças de Segurança, principalmente, a PSP e a GNR, estão com pessoal a menos e, ainda, com equipamentos obsoletos, aliás, como hoje foi denunciado, em relação aos computadores.

Quando os governantes não sabem que é nas políticas da educação, da saúde e da defesa que se deve investir o maior quinhão do País, estamos - diria - conversados.

O Ministro da Defesa, um ex-diplomata, desvalorizou a denuncia, em entrevista à Renascença/Público, do Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas. Faz o seu papel de político, mas não o levo a sério. Os cidadãos "avisados", como eu, desculpe dizê-lo, desvalorizam as palavras do titular da pasta...

O Almirante Silva Ribeiro veio dizer que existe falta de recursos humanos nas FA´s e que a situação é insustentável.

O sr. Ministro,e como era de esperar - os governantes nunca assumem responsabilidades - "pintou" um quadro irreal e teve tempo para atordoar, com palavras pouco simpáticas, o CEMGFA e os portugueses, menos atentos ao tema.

Mas os governantes-políticos, em tempos de vizinhança eleitoral, tentam branquear o que podem para captarem votos, mesmo que não usem uma linguagem esclarecida.

O que não pode, quanto a mim, é um País, como Portugal, membro da NATO, continuar a apostar em jovens para formarem as suas FA´s e, depois de serem usados - e mal - durante uns 5 a 6 anos, sem o competente contrato, lhes seja dada "guia de marcha" para passarem à disponibilidade e procurarem vida civil.

Essa política de "usar e deitar fora" não se coaduna com políticas de uma democracia e de uma Nação que se pretende no quadro da UE.

E que dizer dos salários, comparativamente falando, das praças das mesmas FA´s de Portugal, com os agentes da PSP e os guardas da GNR?

Um País sem uma política de Defesa Nacional, suportada por um contributo valioso das suas Forças Armadas, seja em tempo de Paz ou de Conflito, fica menorizado para as tarefas que incumbem aos seus Ramos.

Esta forma, muito aligeirada e desresponsabilizante, do sr. Ministro comentar as palavras do Almirante A. Silva Ribeiro, a propósito de um grave problema que preocupa todas as FA´s, não é de quem percebe da poda. Antes, está fora do âmbito e das realidades...

António Barreiros