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A nova secretária de Estado da Saúde

O primeiro-ministro António Costa nomeou Rosa Matos Zorrinho para o cargo de secretária de Estado da Saúde, depois da saída de Manuel Delgado, que apresentou o pedido de exoneração após ver-se envolvido na polémica de gestão danosa da Associação Raríssimas - por ter sido pago pela consultoria com dinheiros do Estado.

Licenciada em sociologia pela Universidade de Évora e com pós-graduação em administração hospitalar, Rosa Augusta Valente de Matos Zorrinho, nascida em 25 de janeiro de 1962, é natural de Avanca (Estarreja). Rosa Zorrinho era a atual presidente da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo desde janeiro de 2016, depois de ter presidido ao conselho diretivo da Administração Regional de Saúde do Alentejo, entre 2005 e 2011, onde já tinha sido vogal entre 1996 e 2002.

De 1990 e 1996, a nova secretária de Estado foi administradora no Hospital do Espírito Santo, em Évora, responsável pela gestão dos recursos humanos, instituição onde voltou de 2002 a 2005 para administrar pelouro dos meios complementares de diagnóstico e terapêutica e serviços hoteleiros.

É casada com o eurodeputado socialista Carlos Zorrinho.

O canal televisivo TVI divulgou no sábado uma reportagem sobre a gestão da Raríssimas - Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras, financiada por subsídios do Estado e donativos. A investigação mostra documentos que colocam em causa a gestão da instituição de solidariedade social, nomeadamente da sua presidente, Paula Brito e Costa, que alegadamente terá usado o dinheiro em compra de vestidos e gastos pessoais. Brito e Costa demitiu-se entretanto, dizendo que está a ser vítima de uma "cabala".

A reportagem da TVI falou ainda com o atual secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, que foi consultor da Raríssimas, que disse em entrevista ao canal, que o que fez foi uma colaboração técnica e que nunca participou em decisões de financiamento.

Também a deputada do PS Sónia Fertuzinhos é referida pela reportagem como tendo feito uma viagem paga pela Raríssimas. Citada pelo Observador, a deputada afirmou que viajou para uma conferência na Suécia da Organização Europeia para as Doenças Raras, mas que reembolsou a IPSS.

Como se vê, a geringonça continua a girar centrada nos “discípulos” de Sócrates, que não abrem mão do poder por nada deste mundo, salvo se pela melhoria dos tachos, que passaram a gamelas.