PUDOR MÍNIMO, DESPUDOR MÁXIMO

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 A falta de pudor, bem como o despudor máximo, estão presentes na vida portuguesa, historicamente.

Talvez porque a história é narrada sob a perspectiva do historiador, na vida portuguesa não é costume aprender-se com os factos históricos.

No pós 25A, as estruturas sindicais foram politicamente instrumentalizadas e desaprenderam. No que respeita a motoristas de cargas, esqueceram e permitiram, se é que não facilitaram mesmo, o desaparecimento da categoria profissional de Ajudante-de-Motorista – eliminando numerosos postos de trabalho.

Hoje, assiste-se a pesados de carga mal “parados” sem motorista, perturbando o tráfego, enquanto este, no papel de estivador, em locais onde não pode funcionar o porta-paletes, entrega a mercadoria – cuja perigosidade pode ser desconhecida - ao destinatário.

No caso das cargas perigosas – e umas muito mais que outras – atente-se bem, em todas as perspectivas, na ausência da entre-ajuda durante a carga, o percurso e a descarga, sem deixar de ponderar a possibilidade de evitar paragens para descanso no longo curso.

E hoje, assiste-se à marcação de uma greve para reivindicar dinheiro por troca de condições de trabalho.

Porque, como sempre, o dinheiro tudo compra e, mais uma vez, os trabalhadores, no caso os motoristas, são instrumentalizados, num jogo político eleitoral onde uns buscam protagonismo para obter votos contáveis e, outros lutam por manter protagonismo sindical - sem reverem o papel sindical – enquanto o governo do PS, já sem apoio de qualquer geringonça, tendo-se esfumado a sonhada maioria absoluta, tenta manter uma diferença de votos significativa em relação ao que as sondagens prognosticam para o PSD, assistente sem mérito.

Caldas de Bordalo