REFERENDO PARA QUE TE QUERO

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Acho piada pela defesa, por muitos - algumas doutas personagens do regime e outras figuraças do mesmo - de referendos sobre este e outro tema.

Alguns partidos, fora de contexto, estão a prefigurar-se para, e de uma só bolada, aprovar a eutanásia. E nem uma palavra sobre a distanásia e a ortanásia. Será que, e a maioria dos parlamentares, reconhecem uma e outra palavra? E estão, por dentro, do seu significado gramatical, pessoal, humano, médico e social ?

Agora, esgrime-se opinião para se promover mais uma auscultação à populaça e, desta vez, sobre uma matéria tão delicada, como foi a do aborto, porque se encaixa na essência da vida. Querem legalizar a morte, passando por cima de tudo, até da ética e da própria vida.

De uma penada, de uma assentada, de um sopro, de uma jogada e de uma vezada. Sem mais nada.Tudo a seco.

Como se fosse escolher uma camisa ou um fato para se ir a uma festa, a uma celebração ou a uma manifestação.

Como se fosse optar pela côr de um carro, de um quarto, de umas calças ou de uns sapatos.

Como se fosse beber um copo de três ou comer umas tripas à moda do Porto, uma grelhada mista, uma sardinhada ou uma caldeirada.

Estes ilustres, e todos eles, que me perdoem esta visão frontal e directa, mas não estão a ver bem do que se trata.

Posso explicar? Trata-se da vida.

Como é que se vai referendar um tema tão complexo, que mexe com tanta coisa, que é do foro as ciências médicas, das humanas e da vida, sem se preparar e sensibilizar o povo, o menos culto, o sem cidadania e o incapaz de distinguir um dever de um direito ?

Como é que se entrega, sem jornadas de esclarecimento, um boletim para se colocar lá uma cruzinha a dizer que se aprova ou não se está a favor da eutanásia?

Anda tudo doido. Anda tudo à caça de votos. Anda tudo fora da vida. Anda tudo a reboque de modas. Anda tudo espavorido. Anda tudo à procura de esconder, debaixo do tapete, com estes temas fracturantes, o que verdadeiramente nos devia preocupar, como Povo e como Nação...

Já não chega ter de pensar como promover a dignidade humana, a de tantos compatriotas nossos que vivem mal ?

Tomem lá juízo, desde governantes, passando pelo próprio PR, até aos responsáveis pelas ciências e por inculcar, em cada um de nós, o sabermos amar a vida, mesmo que, e por vezes, tenhamos de sofrer, e no leito, as agruras das maleitas e de safanões que nos robustecem para a enfrentarmos, mais e melhor. Coexistir, com a dor/sofrimento e com a alegria/satisfação de vivermos, tem e deve ser um desígnio do ser humano.

Eutanásia para que te quero... 

Imagem retirada da net

António Barreiros