Máscara pintada
Com máscara pintada, sem ter rosto,
desfilas com mil faces disfarçadas…
No gelo em que tu finges ser agosto,
rescreves tantos contos doutras fadas!...
Com máscara pintada, no sol-posto,
és cinza doutras chamas apagadas…
Desfilas mascarando, no desgosto,
feições de tantas caras já queimadas!…
Com máscara pintada, nesse entrudo,
tu fazes do teu nada um quase tudo,
quer seja em fevereiro ou no Natal!...
Com máscara pintada, tu desfilas
p’las ruas das cidades e das vilas,
no corso dum tingido carnaval!
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⁰⁷/⁰²/²⁰¹⁶
© Pₑdᵣₒ Abᵣₑᵤ Sᵢₘₒ̃ₑₛ
in “TERRA UBÍQUA”, Pedra-Pomes, 2018