A caixa de Pandora...

Olayo77.png

Pandora, embora aterrorizada, não conseguia fechar a maldita caixa, involuntariamente fascinada com o que assistia, sem saber como pudera desencadear tantas desgraças. Lançando-se de joelhos ao chão, encontrou finalmente a tampa caída a um canto. Enquanto rastejava para alcançá-la sentia rodopiar acima de si uma legião de demónios - a Avareza, a Arrogância, a Crueldade, o Egoísmo, todos os vícios e defeitos humanos dançavam uma ciranda infernal sobre a sua cabeça, até que, arremessando-se à caixa, conseguiu finalmente fechá-la.

Mas o mal já estava feito. Percebendo que nada ficara lá dentro, olhou ainda uma vez para o fundo da caixa fatídica. Um rosto maravilhosamente belo e eternamente jovem, no entanto, observava dali.

- Quem és tu? - Disse Pandora, ainda temerosa.

 - Eu sou a esperança - Disse simplesmente o belo rosto.

António Olayo