À MULHER DE CÉSAR NÃO BASTA SER SÉRIA...

TOPINHAS17

 

O chamado “Caso das gémeas”, que envolve o filho do presidente da República Portuguesa e ex-ministra da Saúde pode denunciar conspiração e minimizar o alcance do escândalo, mas as escusas de declaração do filho do presidente e as audições da secretária da ex-ministra da Saúde são uma má notícia que poderia ter sido dispensada.

A realidade é que não pode haver ninguém acima da lei, mas parece que, em Portugal, ainda há portugueses de primeira e de segunda. No tempo do Estado Novo, tínhamos as pessoas que nasciam em Portugal Continental que eram consideradas “portugueses de primeira” enquanto as que por sorte ou azar do destino nasciam nas chamadas “províncias ultramarinas” de “portugueses de segunda”.
Manter esta escala, agora, entre os que têm apoio direto de quem tem poder ou que a ele está próximo, chamado entre os populares como “cunhas” são os “portugueses de primeira” e os outros são o resto, que no mínimo é muito triste e grave. Mas parece que este processo do “Caso das Gémeas” e do reconhecimento que há “portugueses de primeira” e os outros são “portugueses de segunda” se vai diluindo nas muitas parangonas dos noticiários e jornais.

Por outro lado a extrema direita em Portugal, na figura do partido Chega, começa a ganhar espaço, exatamente quando estas situações juntam-se aos muitos casos onde desde presidentes de juntas de freguesias até ao presidente da República são envolvidos nestes escândalos. Curiosamente, na esmagadora das vezes pertencentes ao Partido Socialista (PS)ou ao Partido Social Democrático (PSD) o que descredibiliza a bipolarização do poder e, na maior parte das vezes, é aproveitado para engrossar o partido de André Ventura, Chega, que se posiciona contra a corrupção e o abuso de poder.

Esquecem os dirigentes dos partidos, sobretudo do PS e do PSD, que perante estas situações deveriam ter uma atitude firme contra estas situações de abuso de poder e de corrupção. A falta de firmeza dos partidos da bipolarização do poder são o verdadeiro “adubo” de partidos radicais, sejam da Esquerda sejam da Direita.

Como diz bem o ditado “à mulher de César não basta ser séria é preciso parecer séria!”.

Com esta opinião me fico.

António Pinhas