“Preferia morrer de fome a mudar a esse respeito.”

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Um juiz federal dos EUA ordenou, esta quinta-feira, o regresso à prisão da antiga analista militapor “entrave à boa marcha da justiça”, ao voltar a recusar-se a responder a questões sobre o fundador da WikiLeaks, Julian Assange.

Em tribunal, Manning disse ao juiz que “preferia morrer de fome a mudar as [suas] opiniões a esse respeito”, descreve o jornal “The Washington Post”. O juiz deliberou que Manning fosse presa e multada em 500 dólares (447 euros) diários após 30 dias, elevando para 1000 dólares após 60 dias se ela continuar a recusar depor.

De acordo com o “Post”, Manning permanecerá sob custódia até concordar em testemunhar ou até que o mandato do grande júri expire ao fim de um ano e meio. “Não há nada de desonroso em cumprir a sua responsabilidade como cidadã americana”, disse-lhe o juiz.

 

Uma semana em liberdade

Na semana passada, a ex-analista foi libertada dois meses depois de ter sido detida em circunstâncias idênticas. A libertação aconteceu na sequência da expiração do prazo para o júri anterior, que tentava obter um depoimento da antiga militar naquela que se acredita ser a mais longa investigação do Governo dos EUA à WikiLeaks e ao seu fundador.

Em 2013, Manning foi condenada por um tribunal militar por espionagem e outros delitos relacionados com a disponibilização de mais de 700 mil documentos, vídeos, comunicação diplomática e relatos de guerra à WikiLeaks, enquanto analista de informação no Iraque.

 

A ligação entre Manning e Assange

A 11 de abril, após quase sete anos refugiado na embaixada do Equador em Londres, Julian Assange perdeu a proteção equatoriana e foi preso pela polícia britânica.

Os EUA pretendem a extradição do fundador da WikiLeaks para que este responda por acusações de conspiração para intrusão informática. Assange promete bater-se contra o pedido de extradição.

A WikiLeaks publicou um vídeo que mostra um ataque de helicópteros americanos em 2007, em Bagdade, que matou uma dezena de pessoas, incluindo dois funcionários da agência de notícias Reuters.

O Governo dos Estados Unidos acusa Assange de ter tentado ajudar Manning a conseguir acesso a um computador oficial. No entanto, não é claro se a alegada colaboração levou a uma intrusão bem-sucedida nalgum computador da Administração americana.

Imagem retirada da net

Adaptado de Hélder Gomes (Expresso)