À BOLEIA DE COIMBRA

A BOLEIA DE COIMBRA 1

 

Em 1976, o Distrito de Coimbra elegia 12 deputados (eleitos em função do número populacional) e neste ano de 2024 elege apenas 9 deputados. Comparando com Braga que elegia 15 deputados em 1976 e que hoje elege 19 deputados. Será que apenas nascem mais pessoas em Braga?
Ou que há melhores políticas neste Distrito?

O facto é que Coimbra leva de boleia muitos jovens para fora da cidade - é um facto comprovado.
Também há muitos que vão à boleia de Coimbra e só assim se explica que “Coimbra leva de boleia muitos jovens para fora da cidade”.

Sendo que o transito está controlado em Coimbra, porque está parado entre divisórias de obras. O que dá muita vontade de morar...fora de Coimbra, não fossem os decisores municipais pessoas com curso superior e, por essa única razão, provarem não serem incompetentes.

O que vale são as empresas em Coimbra, que aceitam estagiários e, depois do período dos estágios, mandam-nos embora das empresas. O que contribui para que o executivo da Câmara apresente dados sobre a empregabilidade durante o período de estágio para facilitar o trabalho de propaganda político. Indo, assim, à boleia de Coimbra.

Para que as empresas venham para Coimbra é necessário manter um comércio forte. Um bom conjunto de lojas que atraiam turistas e sobretudo moradores. É por isso que a Baixa de Coimbra está a oferecer um pacote completo de entretenimento urbano. A juntar às obras sem fim das águas e do Metro Bus, os moradores e os turistas vivem uma experiência como se estivesse dentro de uma das séries para assistir a cenas de tráfico, violência e prostituição diariamente à noite.
É como ter uma série de crime e drama ao vivo, com uma pitada de ação e suspense.

Acrescente-se que a senhora Vereadora com o pelouro das obras, Ana Bastos, vai aumentando os prazos de execução de obras - quer para o provincianismo do Metro Bus dentro da cidade só para dar votos; quer para as obras das Águas de Coimbra que aumentam cada ano as taxas e taxinhas - tudo a acontecer ao mesmo tempo e com a Vereadora Ana Bastos a considerar “normal”.

Um “normal” que vai fechando muitas lojas, transformando Coimbra num verdadeiro postal que dá boleia para que saiam do Concelho. Temos a ilustrar as obras na avenida Sá da Bandeira que estão a levar ao fecho de lojas e a colocar comerciantes em risco de falência. Uma avenida tão emblemática da cidade completamente caótica e abandonada. Na rua do Brasil, perto do Estádio, acontece o mesmo. Tudo em ruínas e estabelecimentos cada vez mais abandonadas pelos munícipes que têm dificuldade em circular nas ruas.

Uma inutilidade muito útil é outro postal numa das entradas de Coimbra onde os passageiros da Flixbus enfrentam desafios épicos sob o viaduto da IC2, que serve de paragem improvisada de autocarros da célebre Flixbus, que mais parece um cenário nas profundezas de um país do terceiro mundo.

Mas não há dinheiro para tudo. É verdade.
Por isso é que o executivo da Câmara de Coimbra teima em transformar o orçamento em fumo. Foi o que aconteceu na festarola da passagem do ano!
Mas por outro lado no dia 25 de Dezembro quem passeasse pelas ruas da baixa era abordado por mais de 5 pessoas a pedir esmola (estamos a falar apenas da rua Visconde da Luz e Ferreira Borges). Antes que alguém pense que “esses não querem trabalhar”, não se esqueçam que há gente a trabalhar, mas que recebem “ordenado”que não chega para sobreviver!

Um casal, homem e mulher, no chão embrulhado em mantas sujas a pedir moedas ou comida; adiante um homem idoso sentado no chão a pedir esmola; um homem de etnia negra a pedir no meio da rua; outro homem a abordar as pessoas na rua a dizer que ainda não tinha comido nada e ainda outro com ar de doente mental a pedir.

Para confirmar esta falta de ações sociais está a Cozinha Solidária que serve 80 refeições quentes diariamente o que demonstra o desespero em Coimbra. Pelo que sabemos é a única instituição a servir refeições às pessoas carenciadas em altura de Natal e Ano Novo em Coimbra. Uma realidade muito triste!

Com o aumento do custo do dinheiro (por motivos de guerra na Ucrânia, Covid ou péssima administração política nacional), a verdade é que as instituições públicas têm que pensar melhor onde usar o dinheiro também pago por todos nós.

Ainda sobre o comércio da baixa: há muitas lojas na baixa que estão fechadas por abandono (não se fale de incentivo ao comércio da Baixa); há muitas pessoas a necessitarem de cuidados que se deslocam bem perto do edifício da Câmara. Há muita gente na lista de pessoas que se candidatam a uma casa social e a Câmara de Coimbra vende terrenos da autarquia a preços mais baixos para incentivar o combate à especulação imobiliária.

Não há dinheiro para tudo. Claro que não! A política é a definição dos critérios que façam desenvolver uma comunidade, seja Freguesia seja o país. Por isso o executivo da Câmara entendeu dar prioridade ao apoio à ASSOCIAÇÃO PORTUGAL BRASIL 200
ANOS (APBRA), que ocupa a antiga Casa da Escrita e com despesas pagas pela Câmara de Coimbra, tem como presidente da mesa da assembleia geral, João Gabriel Silva, irmão do presidente da Câmara, José Manuel Silva.

Lembramos também que APBRA foi fundada no dia 3 de Novembro de 2021, ou seja menos de um mês depois da tomada de posse de José Manuel Silva como Presidente da Câmara de Coimbra, que foi realizada no dia 19 Outubro 2021. Esta é de facto uma prioridade para que os jovens peçam boleia para fora de Coimbra. Por outro lado há quem receba boleia do capital da autarquia.

JAG