“COM E SEM CARÁTER” - A DIFERENÇA

ROSARINHO PORTUGAL 7

 

Carácter! Muita gente não sabe o que isso é.

Se consultarmos o Dicionário encontramos significados como:
- O que faz com que os entes ou objectos se distingam entre os outros da sua espécie;
- Marca, cunho, impressão;
- Propriedade;
- Qualidade distintiva;
- Índole, génio;
- Firmeza;
- Dignidade.


Se existe qualidade que muito prezo e gosto, são pessoas de Carácter. Mas infelizmente, hoje rara em muita gente e principalmente na classe política.


Ora, o que me leva a escrever sobre esta qualidade?


Esta semana o meu Advogado, que me acompanhou ao DIAP para depor, depois de ter sido alvo de uma queixa crime, pelo Presidente da Câmara José Manuel Silva, e depois de ler o Depacho que foi arquivado, dei conta que estava perante pessoas sem carácter e outra com muito carácter!


Ao me perguntarem se um determinado comentário tinha sido eu que tinha escrito, limitei-me a confirmar. Confirmei, pois julgo que como cidadã comum com direito à informação e liberdade de expressão. O meu comentário, tal como outros foram sobre as actuações do Presidente e nunca com o intuito de ofender o Cidadão José Manuel Silva.


Quanto à outra Inquirida não me vou prenunciar, pois só pensou em sacudir a água do capote, mostrando uma nítida falta de carácter. Para essa pessoa quem não vou mencionar o nome, se havia alguém culpado era José Augusto Gomes , que revê os textos e os publica.


Havia elementos que já nem me lembrava e realmente o depoimento de José Gomes, mostrou mesmo ser uma pessoa de carácter.


Vamos a factos:
Enquanto opositor ao antigo Presidente Manuel Machado, José Manuel Silva era um grande apreciador do Movimento de Humor, tendo pedido ao Cartoonista José Gomes alguns trabalhos de cartoons, que foram feitos gratuitamente.
José Manuel Silva tinha grande apreço pelo cartoonista, tendo mesmo questionado, porque tinha recusado pertencer às listas dele. Aqui fica, o desmontar do argumento dos que dizem que ele queria um tacho.
Mais tarde, o Candidato ligou ao Zé Gomes para ele pedir à mulher, para entrar na Lista, pois precisava de mulheres de destaque. A Mara, não estava nada para aí virada, porque enquanto o irmão de José Manuel Silva foi Reitor da Universidade, tratou muito mal os Investigadores. Muito contrariada acabou por aceitar, mas para ficar nos últimos lugares. Hoje vejo que José Gomes, meteu argolada. Mas, como defendia uma alteração na política no Concelho de Coimbra, ajudou o Candidato e … mal ele sabia as surpresas que iria ter. Hoje, segundo as palavras dele, diz, pois.. “fui BURRO!”


Outra curiosidade, que deve ser tornada pública. Na altura da última Campanha Eleitoral para as Autárquicas, o José Gomes publicou um livro, com muitos dos cartoons que ele já tinha feito. Quem escreveu e assinou o prefácio foi aquele que agora o denunciou por crime.


Curioso, a dada altura do texto o atual queixoso, tinha escrito assim: “ O cartoon é uma poderosa arma de cidadania que dispara informação, inquietações, interrogações”


“ não será muito conhecido fora do meio, mas os cartoons também são objecto de um dos 14 prémios Pulitzer, atribuídos anualmente na área do Jornalismo”


Ainda escreveu mais: “ um dos mais conhecidos caricaturistas de Coimbra é o José Gomes, mas como leigo sou um apreciador e um consumidor, o que significa que aprecio e admiro o seu trabalho”
“José Gomes presta um inestimável serviço cívico a Coimbra … desejo toda a felicidade e êxito que já tem e merece e que continue a ser com é, um artista independente sem filtro nem medo”
Ora bem, e com isto vou finalizar: José Gomes continua a ser como era, independentemente de, neste caso que esteja sentado na cadeira da Presidência da Câmara.


Todas as pessoas que se candidatam a lugares públicos, sabem que vão ser constantemente vigiados e têm que aguentar a crítica, quer tenham razão ou não.


O Movimento de Humor do qual faço parte, continua a prestar o mesmo serviço de cidadania e não pode fechar os olhos e deixar de denunciar o erro, principalmente quando esse erro prejudica terceiros.
Aqui temos dois homens. Um sem carácter e outro com muito carácter.


Estas situações têm que ser tornadas públicas, para que não se atirem pedras a quem , cumpre o que sempre defendeu, manteve sempre a sua coerência. Até na auto-crítica pois admite que foi “burro” por ter apoiado quem já demonstrava tiques de incoerência.


Espero ter esclarecido muitos os que souberam da queixa crime contra nós e façam um exame de consciência.

Rosário Portugal