COIMBRA PODE “EXPORTAR” PAIS NATAL?

4 COIMBRA PODE1

 

Perante a notícia do Jornal de Negócios com o título “Há falta de 1.000 Pais Natais em Portugal. Paga-se 165 euros por serviço” - O Ponney coloca a questão se o Concelho de Coimbra pode exportar “Pais Natais” para o resto do país?

A pergunta vem no seguimento da necessidade de empresas no Concelho de Coimbra. Se o Distrito de Coimbra tem 49916 postos de trabalho, no Concelho de Coimbra há 10278 postos de trabalho entre os hospitais e as empresas municipais o que indica que há a possibilidade de “exportarmos” Pais Natais como medida para atenuar esta questão laboral em Coimbra.

Só os HUC empregam 8528 pessoas; o IPO 1065 pessoas; ERSUC 407; Águas de Coimbra 278 por isso há necessidade de se criar esta nova modalidade de “exportação” de Pais Natais para diversos eventos.

Isto para combater a ideia que aumentar o número de constituição de empresas significa maior desenvolvimento económico. O que não é exatamente assim segundo os dados da Iberinform, divulgados em Maio de 2024 e com referência ao ano de 2023.

Como exemplo de que o número de empresas não está diretamente ligado ao desenvolvimento económico da região apresentamos os dados onde a indústria, no Distrito de Coimbra, representa apenas 7% do total de empresas no distrito de Coimbra, mas contribuem com 36% da faturação.

Por outro lado, o setor dos serviços mantém-se como um dos mais expressivos com 44% das empresas, mas contribui apenas para 14% do volume de negócios da região. Os dados são da Iberinform que desmontam a crença que mais empresas significa um aumento de negócios e maior possibilidade de empregabilidade na região.

O caso de maior ou menor empregabilidade no Distrito ou no Concelho de Coimbra também não tem relação direta com o aumento ou diminuição de abertura de empresas. Segundo os dados da Iberinform, que são os mais recentes, indicam que 88% são microempresas, do total de empresas do Distrito de Coimbra, e 11% das empresas são pequenas e apenas 1% são empresas de média dimensão.

Mas o que é que isso quer dizer?

De acordo com a Recomendação 2003/361/CE, da Comissão, uma microempresa emprega menos de 10 pessoas e o volume de negócios anual ou balanço total anual não excede 2 milhões de euros, o que no Distrito de Coimbra representa 88% das empresas aqui sediadas.

Uma pequena empresa emprega entre 11 e 50 pessoas e o volume de negócios anual ou balanço total anual não excede 10 milhões de euros, no Distrito de Coimbra representa 11% e só 1% representa a designada ‘média empresa’ com uma empregabilidade entre 51 a 250 pessoas, onde o volume de negócios anual não excede 50 milhões de euros ou o balanço total anual não excede 43 milhões de euros. Mostrando que o número de empresas, também, não representa diretamente uma maior empregabilidade no Distrito.

No entanto em relação aos números de constituição de empresas o distrito de Coimbra aumentou 20% durante o ano de 2023 e se os números ficassem por aqui provavam, talvez, as boas práticas políticas para a captação de empresas por parte do poder autárquico. Mas os números têm que ser visto na integra e a verdade é que, também, houve um aumento de 18% de insolvências. Fecharam umas e abriram outras, o que no computo geral, do Distrito de Coimbra, houve só mais 2% de empresas do que já estava.

O Concelho de Coimbra continua a ser a localização de 44% das empresas do Distrito; seguido do Concelho da Lousã com 24% e do Concelho da Figueira da Foz com 13% e onde a atividade maior é a dos Serviços com 44% de empresas mas com uma contribuição do volume de negócios de 14%.

A realidade é que mesmo com a informação, respeitante ao ano de 2024, e colocada no site oficial da Câmara Municipal de Coimbra que diz: “O Executivo Municipal aprovou, na reunião de Câmara de dia 29 de abril, a proposta de protocolo de colaboração entre o Município e a Instituto Pedro Nunes (IPN) Incubadora – Associação para o Desenvolvimento de Atividades de Incubação de Ideias e Empresas – que mantém um apoio financeiro no valor de 85 mil euros. A IPN Incubadora compromete-se a continuar a contribuir para a dinamização do ecossistema empreendedor do concelho e da Região de Coimbra.” A realidade dos dados são outros e não prova a “dinamização de ecossistema empreendedor do concelho e da Região de Coimbra”.

Vale a pena pensarmos na resolução de falta de Pais Natais nacionais, apesar de ter aumentado o número de pessoas idosas em Coimbra (Concelho e Distrito).

AF